Eduardo Leite promete encaminhar plebiscito em seis meses e acertar a folha do funcionalismo em um ano

Candidato tucano ao Piratini concedeu entrevista hoje para o Esfera Pública, da Rádio Guaíba

Eduardo Leite, do PSDB. Foto: Laura Gross/Rádio Guaíba

O candidato tucano ao Piratini, Eduardo Leite, concedeu hoje entrevista para o Esfera Pública, da Rádio Guaíba, na sabatina com os postulantes ao cargo de governador. Por cerca de uma hora e dez minutos, Leite falou aos jornalistas Juremir Machado da Silva e Taline Oppitz, respondendo questões referentes às finanças públicas, segurança e educação. Entre outros pontos, o candidato do PSDB garantiu que vai colocar os salários do funcionalismo em dia já no primeiro ano de governo e encaminhar plebiscito sobre privatização de estatais à Assembleia nos seis primeiros meses de gestão.

Leite iniciou a entrevista criticando o sistema político brasileiro. “Nós temos um sistema político muito fragmentado, o ideal seria que tivéssemos menos partidos, mas por isso apoiamos que se faça uma reforma política”, disse ele, que complementou afirmando que “as próprias estruturas partidárias devem ser modificadas, para que se possa depurar e organizar as demandas da sociedade para, no parlamento, haver mais clareza nas pautas.”

Sobre educação, relembrou que 80% da oferta no Brasil é pública, e que é preciso melhorar esse serviço.”Temos que melhorar a educação pública, não concordamos com a ideia de comprar vagas na educação privada”, afirmou Leite, reforçando que “parcerias com escolas comunitárias é uma possibilidade, mas otimizar as escolas públicas é prioridade.”

Ele criticou o atual governo sobre o plebiscito que deve consultar os gaúchos acerca da venda de estatais: “o governo errou em não fazer logo no início”. O candidato do PSDB afirmou que é favorável à privatização, mas que o processo é delicado e precisa ser gerido com cuidado. “A culpa da ineficiência da CEEE não é do funcionário que está no poste ligando a luz, é preciso saber como vai ser feito e onde esse recurso vai ser aplicado”, disse.

“Chegando ao governo, o plebiscito será um dos primeiros pontos a serem encaminhados à Assembleia, já nos seis primeiros meses”, garantiu. “Não se pode vender os móveis da casa, ou o almoço para comprar a janta. Sou favorável à venda se as receitas forem convertidas em ativos, como o fundo garantidor, e consequentemente gerar renda”.

No tema saúde, elencou alguns pontos colocados em prática na cidade de Pelotas, durante a atuação dele como prefeito do município da metade Sul. “Informatizamos os postos de saúde, reformamos as unidades de saúde, mas quem presta o serviço são os servidores, eles serão determinantes na prestação do serviço.”

Sobre o caso dos exames pré-câncer em Pelotas, disse que “é um caso de polícia”. Disse que a Prefeitura da cidade exigiu o retorno das lâminas dos exames, para que se possa comprovar que os testes não foram realizados corretamente. “Nos deixa indignados, e temos que buscar a verdade”, disse Leite, que lamentou que, eventualmente, a denúncia possa estar sendo usada apenas para fins políticos.

Questionado sobre o parcelamento salarial, executado em 33 meses durante o governo Sartori, prometeu “colocar os salários em dia no primeiro ano de governo.” Leite asseverou que, para tanto, para colocar as contas em dia, “é preciso equilibrar receita e despesas, mas priorizando o pagamento dos servidores.” Deixou claro, também, que é preciso reduzir os gastos.

“Se temos 80% dos gastos na folha de pagamento, teremos de discutir alternativas com os próprios servidores, por exemplo”, garantiu o tucano, afirmando ainda que deve rever “privilégios que alguns recebem, no topo da carreira, benefícios incorporados devem ser reduzidos futuramente, já que não se mexe em direito adquirido.”

Leite também falou sobre a necessidade de reduzir a carga tributária como instrumento para redução do custo de produção e, assim, reduzir a política de benefícios fiscais. “Ela é válida, mas tem de ser trabalhada com transparência”, disse. Também defendeu a prorrogação, por dois anos, dos valores alíquotas de ICMS, como forma de estimular a economia dos municípios.

Por fim, criticou o presidenciável Jair Bolsonaro, do PSL, afirmando que “entende o sentimento de indignação de quem apoia (Bolsonaro)”, mas que entende Geraldo Alckmin como melhor opção, “com liderança e experiência, com capacidade de governar, como já fez no Estado de São Paulo”.

Rádio Guaíba realizou sete sabatinas com os candidatos a governador, sempre dentro da grade do Esfera Pública. Júlio Flores (PSTU) Roberto Robaina (PSol), Mateus Bandeira (Novo), Jairo Jorge (PDT), José Ivo Sartori (MDB) e Miguel Rossetto (PT) participaram do programa.