Mônica Leal avalia ano na presidência da Câmara e denuncia “machismo”

Vereadora Mônica Leal comenta polêmicas e conquistas durante um ano à frente da Câmara Municipal de Porto Alegre.

Vereadora Mônica Leal deixa presidência da Câmara em janeiro de 2020 | Foto: Ederson Nunes/CMPA
Vereadora Mônica Leal, do PP | Foto: Ederson Nunes/CMPA

A vereadora Mônica Leal (PP) deixa, no início de 2020, o comando da Câmara Municipal de Porto Alegre. O mandato de um ano como presidente foi marcado por pautas importantes e turbulências políticas. As polêmicas votações da nova planta do IPTU e do projeto dos cobradores, além da extinção do IMESF, agitaram a política na cidade. Nos bastidores, Mônica Leal viu azedar a relação do prefeito Nelson Marchezan Júnior com o PP e a prisão de um colega vereador, André Carús (MDB). Em setembro, uma exposição de charges na Câmara foi censurada por conter críticas ao presidente Jair Bolsonaro.

Apesar das dificuldades de um ano pré eleitoral, a presidente da Câmara avalia como positivo seu ano à frente dos trabalhos do legislativo. “Foi um ano, realmente, muito corrido”, ressaltou Leal. “A minha essência é política, eu tenho opiniões. É claro que eu não posso deixar de dar minha opinião por ser presidente da Câmara, então eu administrei isso”, disse ao explicar sua postura.

A vereadora disse ter cumprido sua missão, sempre de olho na lei e com a inspiração no pai, Pedro Américo Leal. “Eu sou extremamente cumpridora da lei e tenho um rigor com o dinheiro público”, considerou. “Agindo desta forma, eu me sinto muito satisfeita, mesmo que tenha sido um ano complicado, com muitos debates e embates”, asseverou Mônica Leal.

Mônica Leal analisa sua gestão:

Conquistas

Mônica Leal afirma que sua maior conquista em um ano de presidência foi a manutenção de uma postura respeitosa com os colegas apesar do cargo. “Eu sempre digo: quanto mais poder, mais humilde a pessoa tem que ser. A minha porta esteve aberta, da presidência do gabinete, para todos”, afirmou.

Na próxima semana, a Câmara deve divulgar um balanço das ações realizadas em 2019. Entre elas, está o repasse de verbas do Legislativo para o Executivo, a pedido da Prefeitura. Pelo menos R$ 30 milhões sobraram do orçamento da Câmara, com a economia colocada em prática.

Machismo

A pauta do combate ao machismo, atualmente identificada com movimentos de esquerda, foi destacada por Mônica Leal. Filha de militar, militante do Partido Progressista e mulher de direita, a vereadora disse ter sofrido preconceito de colegas vereadores ao longo de 2019. “Foi necessário ser presidente da Câmara Municipal da capital do Rio Grande do Sul para ver e para sentir que existe muito machismo na política”, revelou.

Leal citou o constrangimento de falar sobre determinado assunto e não ser ouvida, para depois ouvir um vereador homem falando a mesma coisa. A vereadora também lamentou ter sido tachada como “nervosa” ou ser de difícil diálogo quando teve posição própria ou não concordava com o governo.

Prisão de vereador

Mônica Leal classificou como “inusitada” a prisão de um vereador de Porto Alegre. André Carús (MDB) foi alvo de uma investigação policial e acabou renunciando ao seu mandato. “Em toda a minha vida política, eu não tinha visto nada igual”, confessou.

Mônica Leal será substituída por Reginaldo Pujol (DEM), que assume a presidência da Câmara Municipal no dia 2 de janeiro de 2020. A vereadora deve concorrer à reeleição nas eleições do ano que vem.