Racha com Marchezan uniu ainda mais núcleo progressista, salienta Paim

Em entrevista à Rádio Guaíba, vice-prefeito brincou dizendo só não ter sido exonerado porque também foi eleito, em 2016

Gustavo Paim. Foto: Pâmela Morales

Após a série de desavenças públicas envolvendo o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Jr. (PSDB), e o vice Gustavo Paim (PP), o progressista reconheceu, nesta quinta-feira, que a crise na cúpula do Executivo serviu para unir o partido e fortalecer o programa para a disputa eleitoral de 2020 em Porto Alegre. Paim teve o nome lançado como pré-candidato ao Paço Municipal no ano que vem.

Em entrevista ao Esfera Pública, da Rádio Guaíba, Gustavo Paim lamentou ter uma relação meramente “institucional” com o prefeito Marchezan. “É uma relação institucional e de minha parte, quero deixar bem claro, é respeitosa como têm de ser as relações entre todos os seres humanos. Acredito que nós somos tratados como tratamos as pessoas. Acredito no máximo respeito, na capacidade de diálogo, mas agora, é claro, virou uma relação absolutamente institucional”, admitiu.

Paim também brincou dizendo que só permanece no Paço Municipal porque venceu as eleições ao lado de Marchezan. “Como eu sou eleito e tenho mandato até 31 de dezembro de 2020, eu não posso ser exonerado. Sigo no governo no até o final”. Em um dos últimos episódios, o chefe do Executivo excluiu Paim dos grupos de WhatsApp da Prefeitura.

Paim também negou que tenha cedido o gabinete para líderes progressistas articularem um dos pedidos de impeachment contra o tucano. Marchezan já teve cinco pedidos de afastamento arquivados na Câmara Municipal. Gustavo Paim recorda ter agido rapidamente para derrubar o segundo pedido de impedimento do prefeito, para não refletir na campanha eleitoral de Eduardo Leite ao governo gaúcho, em outubro de 2018.

“A gente tinha medo, inclusive, que isso tivesse reflexo na campanha do Eduardo, porque envolvia o prefeito da Capital, que é do mesmo partido. Em todos os pedidos de impeachment, os progressistas votaram contra”, reforça. Paim menciona o segundo processo, derrubado por 18 votos a 16, onde o alvo da denúncia eram supostas irregularidades no orçamento da Carris.