A Controladoria-Geral da União (CGU) identificou uma movimentação atípica na conta do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, de acordo com fontes ouvidas pelo portal R7 junto à investigação. De acordo com o relatório enviado pela entidade à Polícia Federal e ao Ministério Público, o pastor Arilton Moura depositou R$ 60 mil na conta de Ribeiro. O religioso é um dos suspeitos de envolvimento em um esquema de tráfico de influência na pasta.
Tanto Milton Ribeiro quanto Arilton foram presos na manhã desta quarta-feira na operação Acesso Pago, que cumpriu 13 mandados de busca e apreensão e cinco de prisão. Detido em Goiânia, o pastor Gilmar Santos também é suspeito de envolvimento no caso. Os três devem passar por audiências de custódia nesta quinta-feira.
A investigação se concentra em entender o motivo dos repasses. De acordo com as diligências realizadas até agora, o ex-ministro se reunia com os religiosos, que faziam indicações de prefeitos à partilha de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), vinculado ao Ministério da Educação (MEC). Gestores municipais denunciaram, contudo, que ambos exigiam contrapartida, em dinheiro e até ouro.
A prisão é preventiva, ou seja, sem prazo, e pode durar enquanto as diligências ainda estiverem em andamento. No entanto, a defesa do ex-ministro afirmou que pretende ingressar com um pedido de habeas corpus, pela soltura do cliente. O advogado de Ribeiro, Daniel Bialski, informou que o ex-ministro “já assinou a procuração” e que está em busca das cópias do processo para poder fazer o habeas.
Procurada para comentar o suposto depósito em uma conta de Milton, a defesa do pastor Arilton Ribeiro informou que só vai se manifestar nos autos do processo.
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