Quase metade dos bares e restaurantes gaúchos operam no prejuízo, diz pesquisa

índice é mais alto que a média nacional, que atingiu 30%

Maioria dos bares e restaurantes não se recuperou da pandemia | Foto: Guilherme Almeida / CP Memória

O início de ano segue com instabilidade para o setor de Alimentação Fora do Lar em todo país, sobretudo no Rio Grande do Sul. A nova pesquisa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) revela que 47% dos estabelecimentos gaúchos trabalharam no vermelho em fevereiro. O índice é mais alto que a média nacional, que atingiu 30% e é o pior do estado desde janeiro de 2022, quando era 60%.

O levantamento da entidade, realizado entre os dias 20 e 28 de março, questionou os empresários do ramo sobre as razões do resultado negativo. Os principais motivos apontados foram a queda das vendas no mês e a redução do número de clientes. O custo dos insumos e dívidas com empréstimos também foram destacados como fatores decisivos.

“Infelizmente um medo do ínicio da pandemia vem se tornando realidade, as empresas seguraram como podiam e agora acumulam dívidas e empréstimos. Os três últimos meses aceleraram o endividamento”, destaca João Melo, presidente da Abrasel no estado.

Com dívidas acumuladas, o setor ainda luta para se livrar dos reflexos causados pela pandemia. A pesquisa revela que 37% das empresas possuem despesas em atraso, entre impostos federais e estaduais, encargos trabalhistas e previdenciários, taxas municipais, fornecedores de insumos, serviços públicos como água, gás e energia elétrica, e aluguel atrasado. Os empréstimos bancários também preocupa 8 em cada 10 estabelecimentos. Apesar do Plenário do Senado aprovar a ampliação do pagamento do Pronampe de 48 para 72 meses, o segmento ainda aguarda novas medidas.

Para o presidente da Abrasel no RS, a perspectiva é de melhora, mas depende do avanço econômico do país.

“O cenário econômico precisa melhorar e ter uma definição do que será a conjuntura nacional a partir de agora. É necessário resolver o endividamento do setor, que segue se arrastando desde a pandemia. Esperamos que o governo adote prorrogação de prazos, redução de juros, adiamentos de pagamento ou isenção de impostos”, explica.