Nunca planejei um dia pra falar para que time eu torço. Sempre considerei que seria irrelevante, uma vez que o meu profissionalismo sempre esteve acima de qualquer paixão.
Sempre fui gremista. Desde criança. Meu padrinho, Solon, me apresentou o Grêmio. Pedi desculpas a minha mãe e meu pai, colorados, mas meu coração já era tricolor.
Sempre respeitei demais o Internacional. Participei de grandes coberturas de grandes vitórias e vibrei junto.
Amar um não quer dizer odiar o outro.
No profissional, então? Sempre estive, de fato, tentando levar a emoção que meus pais, meus irmãos e milhões de colorados estavam sentindo… Vibrei, chorei, me emocionei, mas…
Com o Grêmio, sempre foi diferente!
Foi, é e sempre vai ser, paixão.
E isso não se explica. Se vive.
Eu queria viver isso de novo, agora com meu filho.
Aliás, cabe um detalhe: Meu filho, Diogo, hoje com 17 anos, foi colorado. Nunca forcei a ser gremista. Levei ele no Beira-Rio. Ele entrou com o time do Inter. Eu vibrei junto. Comemorei junto. Mas, justo no ano onde o Inter sobe da série B para série A, ele me diz que quer ser gremista. Fui contra. Sério. Disse que não achava certo, justo naquele momento, mas… Disse que o que ele decidisse eu apoiaria. Ele virou gremista. Aliás, aprendeu a caminhar no gramado do Olímpico.
Nestas férias de julho pela primeira vez vamos usar juntos a camisa do time do nosso coração.
Antes, meu último jogo como torcedor foi em 1996. Era a final do Campeonato Brasileiro. Eu e meu amigo/irmão de vida inteira, o Rogério Brasil Jr, íamos em todos os jogos do Tricolor. De ônibus, de carro, a pé… Até que um dia eu resolvi que não iria mais vibrar por time algum. Tinha 19 anos, perdera meu pai em 1992, os sentimentos estavam meio confusos e julguei que deveria deixar de ir em estádios.
Quis a vida que eu voltasse ao Olímpico em 1998 para uma primeira cobertura para televisão com um sentimento absolutamente profissional.
Em 2013 deixei o jornalismo esportivo. Depois de atuar em grandes emissoras do nosso país fazendo futebol, resolvi mudar a chave. Fui para o jornalismo geral. Continuei ligado ao esporte e comentando sobre a grande paixão dos brasileiros. Sempre com a mesma isenção, mas pensando um dia em me identificar com o time do meu coração.
Agora vamos nos encontrar de novo. 26 anos depois. Eu e o Grêmio.
Sou gremista. Com muito orgulho. E não que isso possa fazer a diferença na vida de qualquer outra pessoa, hoje, sem planejar, resolvi contar.
Viva os sentimentos que ninguém explica!
Viva o respeito por nossas paixões!
Dá-lhe, @gremio!