Lira descarta analisar agora superpedido de impeachment e fala em esperar CPI

“Impeachment, como ação política, a gente não faz com discurso, a gente faz com materialidade”, afirmou o presidente da Câmara

Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

O superpedido de impeachment protocolado na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira, deve ficar parado. O presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), não pretende analisar o documento, pelo menos por enquanto.

“Não será feito agora, né. Tem que esperar”, afirmou a jornalistas, à noite. “O que houve nesse superpedido? Uma compilação de tudo o que já existia nos outros e esses depoimentos, quem tem que apurar é a CPI. É para isso que ela existe. Então, ao final dela a gente se posiciona aqui, porque na realidade impeachment, como ação política, a gente não faz com discurso, a gente faz com materialidade”, disse. As declarações foram publicadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.

Com 46 assinaturas e 271 páginas, o documento é assinado por deputados da oposição, centro-direita e ex-bolsonaristas, como Joice Hasselmann (PSL-SP), Kim Kataguiri (DEM-SP) e Alexandre Frota (PSDB-SP).

O texto, elaborado pela Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), teve como signatários, além dos parlamentares, entidades representativas da sociedade e personalidades.

Foram apontados 23 crimes supostamente cometidos por Bolsonaro desde que assumiu a Presidência da República.

Questionado se vai rejeitar o pedido, Lira disse que há ainda outros 120 requerimentos na fila. Ao final da conversa, o presidente da Câmara, que sempre se colocou contra a instalação de uma CPI neste momento, comentou o trabalho dos senadores.

“Vou esperar a CPI, está fazendo um belíssimo trabalho, bem imparcial”, disse, em tom irônico.