Com 124 casos confirmados, RS reforça testagem para a leptospirose

O Laboratório Central do Estado do Rio Grande do Sul dispõe de dois métodos para diagnóstico de leptospirose

A contaminação pode ocorrer em qualquer época do ano, mas as chances de contágio são maiores quando há inundações, enxurradas e lama | Foto: Alex Rocha/PMPA

A atualização mais recente do informe epidemiológico da Leptospirose, divulgada pela Secretaria de Saúde do RS (SES), aponta que o Estado tem 124 casos confirmados de leptospirose. Foram notificados 1.380, desses 542 descartados e 714 estão em investigação. O Rio Grande do Sul já registrou quatro óbitos por leptospirose e 10 mortes ainda estão sendo analisadas.

A diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Tani Ranieri, explica que o Laboratório Central do Estado do Rio Grande do Sul (Lacen/RS) opera de forma integral e dispõe de dois métodos para diagnóstico de leptospirose: o de biologia molecular (RT-PCR) e diagnóstico sorológico. “Estamos nos organizando com os municípios para qualificar o fluxo das amostras captadas pela rede assistencial, o Lacen está processando essas amostras e a nossa tarefa é reduzir o tempo de resposta”, afirma.

A leptospirose é uma doença infecciosa febril transmitida pelo contato com a urina de animais infectados, principalmente roedores, pela bactéria leptospira.

A contaminação pode ocorrer em qualquer época do ano, mas as chances de contágio são maiores quando há inundações, enxurradas e lama. Se houver algum ferimento ou arranhão, a bactéria penetra com mais facilidade no organismo humano.

De acordo com a SES, desde o começo das enchentes foram disponibilizadas orientações públicas de cuidado e prevenção à leptospirose. Em 2 de maio, foi publicado a primeira versão do Comunicado de Risco – Leptospirose e Acidentes com Animais Peçonhentos, reforçando a atenção aos sintomas e as indicações de coleta para análise laboratorial.

A secretaria também disponibilizou aos gestores e profissionais de saúde o Guia de consulta rápida de orientações para a vigilância, no qual há informações como manifestações clínicas, diagnósticos e condutas frente aos casos suspeitos de leptospirose, tétano, hepatite A, raiva, acidente com animais peçonhentos e doenças diarreicas, que são outros agravos potencializados em situações de alagamentos.

Contágio, sintomas e tratamento

A leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda e transmitida a partir da exposição direta ou indireta à urina de animais infectados (principalmente ratos). O contágio pode ocorrer por meio de lesões na pele, pelas mucosas ou mesmo pela pele íntegra que tenha ficado imersa por um longo período em água contaminada.

O período para o surgimento dos sintomas pode variar de um a 30 dias. Os principais sintomas da leptospirose são:

  • Febre
  • Dor de cabeça
  • Fraqueza
  • Dores no corpo (em especial, na panturrilha)
  • Calafrios

Ao apresentar os sintomas, a recomendação é que a pessoa procure um serviço de saúde e relate a exposição de risco. O uso de antibiótico, conforme orientação médica, é indicado em qualquer período da doença, mas sua eficácia costuma ser maior na primeira semana desde o início dos sintomas. Não é necessário aguardar o diagnóstico laboratorial para o início do tratamento.