Vereador André Carús é transferido à Cadeia Pública de Porto Alegre

Justiça acatou pedido da Polícia Civil e prorrogou prisão temporária do parlamentar

Vereador André Carús é transferido para Cadeia Pública de Porto Alegre
Vereador André Carús é transferido para Cadeia Pública de Porto Alegre | Foto: Guilherme Almeida

O vereador André Carús (MDB) passou a cumprir prisão temporária na Cadeia Pública de Porto Alegre. A transferência ocorreu nessa sexta-feira após a Justiça da Capital ter autorizado a prorrogação do prazo de detenção do parlamentar, por mais cinco dias. Carús está preso desde terça-feira por suspeita de extorquir assessores.

Antes da Cadeia Pública, o emedebista ficou detido no Deic. Em função da prisão, o parlamentar pediu licença, por tempo indeterminado, da Câmara Municipal de Porto Alegre. Já os funcionários em cargos de confiança indicados pelo vereador para atuarem na Prefeitura de Porto Alegre, Roberto dos Santos e Jorge Belomo, foram liberados ontem.

Responsável pelas investigações, o delegado Max Otto Ritter solicitou a prorrogação da prisão de Carús. Ele entende que os trabalhos avançaram e as provas coletadas, até o momento, embasaram o pedido. Além dos depoimentos, os materiais apreendidos consolidaram o avanço das investigações.

A temporária foi avalizada pela juíza Cláudia Junqueira Sulzbach, da 5ª Vara Criminal de Porto Alegre. Durante as prisões, Carus e Santos permaneceram em silêncio. Apenas Belomo prestou depoimento à Polícia, mas os CCs indicados pelo vereador garantiram contribuir com a investigação.

Empréstimos “por livre e espontânea vontade”

Nessa quinta-feira, o advogado de defesa do vereador, Jader Marques, confirmou que a equipe do parlamentar contraiu empréstimos para ajudá-lo a sair de uma “situação de dificuldade financeira”. Marques garantiu, no entanto, que “esses valores foram tomados por livre e espontânea vontade, sem intervenção do político.”

Na terça-feira, durante as buscas na Operação Argentários, foram apreendidos R$ 60 mil, 3,8 mil dólares, 1.765 libras e 2.605 euros. Além do dinheiro, a Polícia encontrou duas armas na instituição financeira supostamente envolvida no esquema. Celulares, computadores e planilhas, com nomes e datas, também foram encontrados pelos agentes.

Quebras de sigilo

Além da prorrogação da prisão, a Polícia Civil também encaminhou um pedido de quebra de sigilos bancário e fiscal de André Carús e de outros dois presos. A investigação pediu ainda a quebra dos sigilos bancários de outras pessoas ligadas ao parlamentar. Os nomes e cargos não foram divulgados para não atrapalhar o trabalho.