Caso Bárbara Penna: réu é condenado a mais de 28 anos de prisão

Júri popular durou dois dias, em Porto Alegre. Crime ocorreu em 2013

Foto: Alina Souza/CP

Terminou, na noite desta quarta-feira, o julgamento de João Moojen Neto, acusado de tentar matar a ex, Bárbara Penna, e de ter provocado as mortes dos dois filhos e de um vizinho. O júri popular começou na manhã de ontem, em Porto Alegre. Perto das 19h, o juiz Paulo Augusto Oliveira Irion anunciou a pena, de 28 anos, quatro meses e três dias em regime inicial fechado. Moojen Neto não vai poder recorrer em liberdade. O Conselho de Sentença era composto de sete jurados, sendo quatro mulheres e três homens.

Para o crime de tentativa de homicídio contra Bárbara, o júri considerou o réu totalmente imputável (responsabilidade total). No caso da morte das crianças, entendeu pela semi-imputabilidade (parcialmente capaz de responder pelos atos). Pela morte do vizinho, Moojen acabou inocentado.

O primeiro dia de julgamento, nessa terça-feira, contou com os depoimentos de testemunhas e informantes da defesa. Dentre eles, a mãe, do pai, o padrasto e e amigos da família do réu. Nesta quarta-feira, acusação e defesa apresentaram as exposições finais, que divergiam, sobretudo, em relação à sanidade mental do réu.

MP vai recorrer

A Promotoria, responsável pela acusação, já declarou que vai recorrer a fim de buscar aumentar a pena. A defesa, a cargo da Defensoria Pública, deve conversar com a família do réu para decidir se recorre ou pede a anulação do júri.

Crime

O Ministério Público (MP) denunciou João Moojen Neto em novembro de 2013 pelos crimes cometidos no dia 7 do mesmo mês. À noite, no interior do bloco C do prédio de número 150 da avenida Panamericana, no Jardim Lindóia, em Porto Alegre, o acusado, então aos 22 anos, ateou fogo no apartamento em que residia com Bárbara. Ainda conforme a denúncia, João, em seguida, jogou a mulher da janela, do terceiro andar do prédio.

A vítima, de 19 anos, sofreu queimaduras graves em 40% do corpo e ficou meses internada na UTI. As crianças – Isabela Penna de Moraes Moojen, de dois anos, e João Henrique Penna de Moraes Moojen, de três meses -, que dormiam, morreram carbonizadas e o vizinho, Mário Ênio Pagliarini, de 79, intoxicado pela fumaça, caiu nas escadas antes de conseguir chegar ao imóvel que pegou fogo. Conforme o MP, o denunciado praticou os crimes porque não admitia o fim do relacionamento. A denúncia é assinada pelo promotor de Justiça Júlio César de Melo.

*Com informações da repórter Ananda Müller