
O Índice de Confiança Empresarial (ICE) recuou 0,8 ponto em julho, para 91,3 pontos. Após um período de relativa estabilidade, o índice cai pelo segundo mês seguido, com piora nas avaliações sobre o momento corrente e das expectativas para os próximos meses. Na métrica de médias móveis trimestrais, a tendência de declínio se acentuou, com um recuo de 0,8 ponto. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 1º, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Var.as (FGV\Ibre).
“A queda da confiança em julho reflete principalmente a piora das expectativas, que ocorre de forma bastante disseminada e intensa entre os setores. Um destaque negativo é a Indústria de Transformação, com piores avaliações sobre o momento presente e intensificação da tendência de aumento do pessimismo em relação aos meses seguintes, um possível reflexo da perspectiva de aumento de alíquotas de importação pelos EUA, anunciado em 9 de julho”, avalia Aloisio Campelo Jr., pesquisador do FGV IBRE.
Em julho, o Índice da Situação Atual Empresarial (ISA-E) caiu 0,4 ponto, chegando a 93,6 pontos. Apesar da desaceleração no ritmo de queda em relação ao mês anterior, quando cedera 1,9 ponto, o resultado distancia o índice do nível de estabilidade que caracterizou os primeiros meses do ano, em torno dos 96 pontos. Entre seus componentes, o indicador que mede o nível da demanda no momento presente manteve-se estável, ao cair apenas 0,1 ponto, para 94,2 pontos, enquanto o indicador que mede a satisfação com a situação atual dos negócios cedeu 0,7 ponto, para 93,0 pontos.
O Índice de Expectativas Empresariais (IE-E) registrou queda de 1,1 ponto no mês, atingindo 89,1 pontos. É a primeira vez que o índice atinge a casa dos 80 pontos desde outubro de 2023. Entre seus componentes, o indicador que mede o otimismo com a demanda nos três meses seguintes caiu 0,2 ponto, para 89,3 pontos, enquanto o indicador que capta as expectativas em relação à evolução dos negócios seis meses à frente recuou 2,0 pontos, passando a 89,1 pontos. Este último já acumula 3,8 pontos de queda nos últimos três meses, evidenciando uma deterioração das expectativas para este horizonte mais longo.