Líderes dos países ocidentais, entre eles o presidente americano, Joe Biden, o chanceler alemão, Olaf Scholz, e o presidente francês, Emmanuel Macron, prometem sanções “rápidas e severas” se a Rússia invadir a Ucrânia, assegurou nesta sexta-feira o governo alemão. As declarações ocorreram após uma teleconferência entre aliados, conforme a Agência France Presse (AFP).
O porta-voz do chanceler alemão, Steffen Hebestreit, destacou, no Twitter, que o esforço diplomático busca persuadir a Rússia a fazer uma “desescalada”, impedindo uma guerra na Europa.
Nesta sexta, os líderes das principais potências ocidentais discutiram o risco de uma possível invasão russa da Ucrânia. Participaram os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da França, Emmanuel Macron, os chefes de governo alemão, Olaf Scholz, e britânico, Boris Johnson; bem como o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg; a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen; e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.
O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, considerou nesta sexta-feira que a Rússia pode invadir a Ucrânia “a qualquer momento”, depois de ter concentrado mais de 100 mil soldados e armas pesadas na fronteira com o país vizinho, uma ex-república soviética. O secretário-geral da Otan voltou a alertar que existe um “risco real de um novo conflito armado” na Europa. Os ocidentais descrevem a situação como a mais perigosa desde o fim da Guerra Fria, três décadas atrás.
Nesta sexta, o Kremlin lamentou que as discussões entre Alemanha, Rússia, Ucrânia e França, no dia anterior em Berlim, não tenham dado “nenhum resultado”.
A Rússia, que anexou a Crimeia em 2014, nega ter intenção bélica em relação à Ucrânia, mas condiciona a desescalada a que a antiga república soviética nunca seja incorporada à Aliança Atlântica (Otan). Uma condição que os ocidentais entendem ser inaceitável.
Paralelamente, Moscou anunciou novas manobras militares na fronteira ucraniana, além das que já vem realizando desde quinta-feira em Belarus, país vizinho da Ucrânia. Além disso, a Marinha russa mantém exercícios no Mar Negro.
Moscou também insiste que o governo ucraniano negocie diretamente com os separatistas pró-russos no leste, contra os quais o exército ucraniano luta desde 2014 em um conflito que deixou mais de 13.000 mortes.
EUA, Japão, Holanda e Coreia do Sul pedem que cidadãos deixem a Ucrânia imediatamente
O presidente dos Estados Unidos Joe Biden pediu, na noite dessa quinta-feira, que cidadãos do país deixem a Ucrânia imediatamente, diante da crescente ameaça de uma possível invasão russa. Nesta sexta-feira, Japão, Holanda e Coreia do Sul seguiram o exemplo.
“Estamos lidando com um dos maiores exércitos do mundo”, afirmou Biden. É uma situação muito diferente e as coisas podem enlouquecer rapidamente.”
A Ucrânia insiste que nada mudou, dizendo não haver necessidade de ninguém deixar o país. Entretanto, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, alertou, em entrevista coletiva, que a Rússia pode lançar uma invasão a qualquer momento.
“Antes do fim dos jogos de Pequim”
Já o assessor de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, alertou que uma invasão russa da Ucrânia pode ocorrer, inclusive, antes do fim dos Jogos Olímpicos de Pequim, previsto para 20 de fevereiro. No entanto, Washington “não está dizendo” que Putin já tenha tomado a decisão de invadir, acrescentou.