As forças de segurança ainda buscam o sétimo – e último – envolvido no ataque à UPA Zona Norte, de Caxias do Sul, que culminou na morte do agente penitenciário Clóvis Antônio Roman. Até o momento, seis pessoas foram encontradas – sendo que o criminoso que deu início ao caso, ao ser resgatado por comparsas, já estava morto.
Guilherme Huff se escondia em um apartamento na região central de Porto Alegre, e era apontado como o responsável pelo disparo que matou o servidor público. De acordo com um segundo acusado, que acompanhava o bandido, ele se recusou a ceder às investidas dos policiais e teria tirado a própria vida quando a residência foi violada.
“Desde o início das investigações, já conseguimos identificar os endereços de todos os envolvidos. Lá estavam as armas, a algema usada no preso resgatado durante a ação e outras provas materiais. O ataque foi planejado, os criminosos chegaram a alugar uma residência em Caxias do Sul”, relata o delegado Cléber Lima.
As cinco pessoas detidas até o momento foram alvos de mandados de prisão temporária. A primeira delas é, justamente, o homem que acompanhava o criminoso morto. Também foram encontrados três dos bandidos que aparecem, armados, nas imagens do ataque à UPA. A esposa do principal investigado é a última presa.
Eles serão encaminhados a Caxias do Sul, onde serão interrogados para a conclusão do inquérito. “É importante que se diga: em 48 horas, uma ação forte do Estado chegou a esse resultado. Ações desta natureza, se acontecerem, terão este tipo de tratamento”, ressalta o vice-governador do Rio Grande do Sul, Ranolfo Vieira Júnior.
Crime levou 15 dias para ser planejado
Conforme a polícia, a operação de resgate que levou ao assassinato do agente da Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe) foi idealizada dentro do sistema carcerário. O grupo levou cerca de 15 dias entre a definição do modus operandi do ataque e a execução do plano, na Unidade de Pronto Atendimento.
A esposa de Guilherme foi a responsável por alugar a casa que serviu de “quartel-general” aos criminosos – que viviam na Capital. Apenas um dos envolvidos no caso residia na Serra – justamente o que ainda não foi encontrado pelas autoridades. A arma usada no suicídio pertencia ao agente morto na ação.
“Essa é a resposta mínima que poderíamos dar, à altura do ataque. Quando criminosos tentam resgatar um preso, interpretamos como uma afronta às corporações. Não vamos permitir que isso aconteça”, garante o comandante-geral da Brigada Militar, coronel Vanius Cesar Santarosa.