Para o Presidente do Sindicato dos Lojistas de Porto Alegre (Sindilojas), Paulo Kruse, a economia do país será destruída caso o comércio se mantenha fechado por mais de 30 dias. A declaração foi dada durante entrevista ao programa Bom Dia, na manhã desta segunda-feira (23).
Um decreto do prefeito Nelson Marchezan Jr. determinou o fechamento do comércio como medida de prevenção ao novo Coronavírus. Além disso, a prefeitura vai interditar estabelecimentos que forem flagrados de portas abertas e não façam parte das exceções do texto.
“Se passarmos por um período superior há 30 dias, o que eu não acredito, isso vai destruir a economia. Hoje eu peço para ficar em casa, tenho 69 anos, passei por muita coisa. Não há solução sem bom senso e solidariedade. Eu tive que cancelar meus fornecedores, que cancelaram os seus, formando uma cadeia em que todos vão perder. Não é possível parar por mais de 30 dias, acho que os governadores vão entender. O Brasil é diferente dos outros, não devemos ter o cenário que outros países tiveram, como a Itália”, explica Kruse.
Conforme o presidente da entidade, o comércio da Capital gaúcha conta com 100 mil pessoas. Algumas empresas possuem capital de giro e dinheiro para pagar salários, outras não. Kruse destaca as linhas de crédito dos bancos no momento, mas reforça que sua convicção, ”em 30 dias, voltamos”.
Kruse salientou que o Governo Federal vai arcar com os salários dos empregados que ganham até R$ 1.813. Os demais poderão ter os vencimentos reduzidos e o empregador precisa oferecer cursos de aperfeiçoamento online.
“A medida provisória autoriza a suspensão do contrato de trabalho por quarto meses. A empresa precisa oferecer cursos online e manter o plano de saúde, isso fica acima de acordos coletivos da lei trabalhista. Importante frisar que a negociação será necessária. Todos que têm empregados e quem trabalha em empresa precisam conversar. Não há necessidade de pânico. A conversa vai fazer com que as pessoas recebam parte do seu salário, uma ajuda compensatória mensal”, ressalta.
O presidente destaca ainda as flexibilizações de contrato dos lojistas com shopping centers e de aluguéis como forma de lidar com o cenário atípico. Kruse ressalta que quando a normalidade for retomada, as pessoas devem ter paciência, pois o cenário será muito diferente. No entanto, ”as empresas devem manter os empregos a qualquer custo”.