Entre as figuras do Governo Federal, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, começa a ganhar espaço nos corredores do Planalto. O ministro demorou 10 dias para reverter um quadro pouco favorável para a equipe econômica com as medidas de incentivo à indústria automotiva, colocando sua assinatura em um programa que não ficou apenas no carro popular, mas incluiu o transporte público e caminhões que transportam a produção agropecuária e industrial brasileira.
E essa costura começou no dia 25 de maio, quando o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin, anunciou isenções de impostos para carros no valor de até R$ 120 mil. A crítica que se fez deste o começo era como seriam compensadas as isenções para compensar os prejuízos para os cofres da União.
Depois de dias de trabalho, a equipe econômica fechou uma proposta, mas aceitou um pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de reoneração menor sobre o diesel em 2023. A Fazenda queria R$ 0,16 por litro a partir de setembro, mas Lula pediu que fosse menor, e ficou definido o valor de R$ 0,11 por litro, que entra em vigor 90 dias a partir da publicação da Medida Provisória.
Com esta redução, a equipe da Fazenda estima uma arrecadação extra de R$ 2 bilhões, dos quais R$ 1,5 bilhão este ano e outros R$ 500 milhões em 2024 com a retomada da alíquota cheia sobre o diesel, estimada em R$ 0,35 por litro.
Resta saber como as montadoras vão reagir. As montadoras seguem parando apesar da perspectiva de medidas para reduzir os preços dos carros. Ainda que o governo tenha prometido descontos de 1,5% até quase 11% nos preços dos modelos de entrada, a General Motors (GM) avisou aos trabalhadores que vai interromper por dez dias a produção do Onix, carro de passeio popular.
Primeira montadora a se manifestar após o anúncio das medidas do governo, a Volkswagen comunicou que todas as suas concessionárias estarão prontas já a partir desta terça-feira, 6, para aplicar os preços reduzidos. Além disso, a montadora informa que vai expandir a oferta e oferecerá bônus de até R$ 5 mil ou taxa zero nos financiamentos aos consumidores.
