O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quinta-feira, que o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, vai continuar no cargo, apesar de manifestações que geraram mal-estar entre aliados do presidente. A declaração ocorreu em café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto.
“Quem coloca ou tira ministro é o presidente da República. O José Múcio fui eu quem trouxe para cá e ele vai continuar sendo meu ministro, porque confio nele. É um companheiro de uma relação histórica, tenho o mais profundo respeito por ele e ele vai continuar”, garantiu Lula. O petista afirmou, ainda, que, se tiver que exonerar ministro a cada erro, “vai ser a maior rotatividade de mão-de-obra da história do Brasil”. “José Múcio vai continuar”, reiterou.
Mesmo antes dos atos golpistas contra as sedes dos três Poderes, no último domingo, o nome de Múcio era questionado no núcleo próximo a Lula. Repercutiu mal entre aliados a fala do ministro a respeito do acampamento de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília.
O ministro chegou a chamar o ato de “legítimo” e “democrático”. Somou-se a isso a reação de Múcio às ações antidemocráticas do último domingo, tida como “sem agilidade nem firmeza” entre interlocutores de Lula. No fim da noite de terça-feira, o deputado federal André Janones (Avante-MG) publicou em uma rede social que o ministro da Defesa entregaria a carta de renúncia nas horas seguintes. A informação, no entanto, foi desmentida pelo próprio Múcio pouco depois e gerou um novo mal-estar.