Economia brasileira vai crescer 3,1% neste ano e 1,6% em 2023, prevê CNI

Altas taxas de juros, a inflação elevada e o menor crescimento mundial vão frear desempenho do PIB nacional

Crédito: José Paulo Lacerda/CNI

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) revisou nesta terça-feira (6) as previsões macroeconômicas para o Brasil e passou a projetar um crescimento de 3,1% da economia nacional neste ano e de 1,6% para 2023.

De acordo com a entidade, a redução do ritmo de crescimento da economia deve ser provocada, principalmente, pelas altas taxas de juros, a inflação ainda elevada e o menor crescimento mundial.

Na indústria, setor responsável por cerca de 20% do PIB (Produto Interno Bruto), a previsão é de alta de 0,8% em 2023, um desempenho menor do que a expansão de 1,8% prevista para este ano.

A alta do setor neste ano foi impulsionada pelo avanço de 7% da indústria da construção. O segmento foi beneficiado pelas taxas de juros vigentes em 2020 e 2021, que deixaram muitos projetos em andamento para 2022, e da ampliação do programa Casa Verde e Amarela.

Conforme as estimativas, a indústria de transformação vai crescer 0,3%, com expectativa de desempenhos setoriais diferentes: os produtores de bens mais sensíveis à renda com desempenho mais favorável do que as indústrias com produtos mais sensíveis ao crédito, que sofrerão com os juros elevados.

Conforme as estimativas, o setor de serviços, responsável por 70% de toda a produção nacional, avançou de forma consistente e saltou 3,9%, com todas as categorias, exceto os serviços prestados às famílias, acima do patamar em que se encontravam antes da pandemia.

Para o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, defende que a prioridade para 2023 seja a reforma tributária sobre o consumo. Ele avalia que o Brasil está muito atrasado na adoção de uma política industrial moderna.

Para Mário Sérgio Telles, gerente-executivo de economia da CNI, o crescimento projetado para o ano que vem será resultado do crescimento do setor de serviços, da continuidade da expansão do mercado de trabalho e da massa salarial real e dos gastos públicos.