TSE conclui apuração de 100% das urnas no 2º turno

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com obteve 60.345.999 votos (50,90%) e Jair Bolsonaro (PL), 58.206.354 votos (49,10%)

Foto: Reprodução

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concluiu a apuração de 100% das urnas utilizadas no segundo turno e confirmou a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com 60.345.999 dos votos (50,90%). O presidente Jair Bolsonaro (PL) obteve 58.206.354 dos votos (49,10%).

Dos 156 milhões de eleitores aptos a votar, 124.252.796 foram às urnas no Brasil e exterior. Ao todo, 3.930.765 pessoas anularam o voto (3,16%) e 1.769.678 votaram em branco (1,43%). O resultado final das eleições foi confirmado pelo TSE por volta de 19h50min de domingo e 100% das seções foram apuradas 0h18min de segunda.

Lula vai ocupar a Presidência da República pela terceira vez na história. Ele já teve dois mandatos como presidente do Brasil, entre 2003 e 2010. O vice-presidente será Geraldo Alckmin (PSB).

Campanha

Lula foi eleito sob a bandeira de “resgatar a esperança” do Brasil. No plano de governo dele, o petista fala em transformar “um país devastado por um processo de destruição que nos trouxe de volta a fome, o desemprego, a inflação, o endividamento e o desalento das famílias”. O presidente eleito tem como principal compromisso implantar políticas públicas para socorrer a população mais vulnerável, sobretudo para combater a fome.

Mandatos como presidente

Durante os oito anos em que foi presidente do Brasil, o petista conseguiu manter a inflação do país abaixo dos 10%, com uma média de 5,79%, resultado melhor do que o conquistado pelo antecessor dele, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que em oito anos como presidente teve uma inflação média de 9,24%.

Nos dois primeiros mandatos, Lula também conseguiu controlar a taxa de desemprego do país. Em 2003, a média registrada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi de 12,3%. Já em 2010, o índice baixou para 6,7%. Outro ponto positivo foi o crescimento do PIB, que se expandiu 4% em média de 2003 a 2010, contra 2,3% nos governos de FHC.

As duas passagens de Lula à frente da Presidência também ficaram marcadas por episódios de corrupção. O principal deles foi o escândalo de compra de votos do Mensalão, no qual deputados federais receberam dinheiro público de membros do governo em troca da aprovação de projetos que interessavam ao Executivo federal. O caso resultou na prisão de políticos como o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, o ex-deputado federal por São Paulo João Paulo Cunha, entre outros.

Prisão

A vida de Lula foi marcada por suas passagens pela Presidência da República e também por sua prisão. Em julho de 2017, o ex-juiz federal Sergio Moro condenou o petista a 12 anos e um mês de reclusão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá. Posteriormente, a pena foi reduzida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) para 8 anos e 10 meses. Ele começou a cumprir a prisão em 7 de abril de 2018 na carceragem da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.

Enquanto Lula estava preso, a juíza Gabriela Hardt, substituta de Moro na Justiça Federal de Curitiba, condenou o ex-presidente a 12 anos e 11 meses de prisão também pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro devido a obras realizadas por empreiteiras em um sítio de Atibaia, no valor de R$ 1 milhão, dinheiro que seria de propinas pagas pelas construtoras a Lula.

Em 8 de novembro de 2019, Lula saiu da prisão depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) proibir o encarceramento de réus após condenação em segunda instância. Posteriormente, em 2021, as condenações do tríplex e do sítio de Atibaia foram anuladas pelo Supremo, que disse que os casos deveriam ter sido julgados em Brasília e não em Curitiba, além de entender que Moro foi parcial durante o processo. Por fim, a Justiça no DF se decidiu pela prescrição de ambas as ações, o que impede Lula de receber uma nova condenação nos processos.

Eleição no Rio Grande do Sul

No Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) rompeu uma tradição e tornou-se o primeiro governador a se reeleger. Diferentemente do primeiro turno, quando ficou em segundo lugar na disputa, atrás de Onyx Lorezoni (PL), desta vez ele se manteve na vantagem desde o início da apuração, pouco depois das 17h.

Com 100% das urnas apuradas, Leite recebeu 3.687.126 votos (57,12%) e Onyx 2.767.786 votos (42,88%). Segundo o TSE, 2º turno teve 2,65% de votos nulos e 1,76% de votos em branco.