Deputado garante que conseguiu assinaturas para CPI dos Institutos de Pesquisa

Carlos Jordy (PL-RJ), aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), postou informação em redes sociais, no fim da manhã

Deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) | Foto: Wesley Amaral / Câmara dos Deputados / CP

O deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), informou, nesta sexta-feira, que conseguiu coletar o número de assinaturas necessárias para a abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Institutos de Pesquisa na Câmara Federal.

“Conseguimos coletar as 171 assinaturas necessárias para a CPI dos Institutos de Pesquisa. Aguardamos agora a instalação na Câmara. Obrigado a todos que assinaram e ajudaram na divulgação”, escreveu Jordy em redes sociais, no fim da manhã.

Para a abertura de uma CPI na Câmara dos Deputados, são necessários 171 nomes. Os institutos de pesquisa também entraram na mira de senadores, que reúnem assinaturas para uma CPI na Casa – neste caso, são necessários 27 nomes.

Os resultados do primeiro turno das eleições, que ocorreram em 2 de outubro, frustraram as previsões das pesquisas feitas pelos principais institutos de levantamento sobre a preferência do eleitorado do país.

Na avaliação de especialistas, a quantidade de erros compromete a credibilidade das empresas. Doutor em ciência política, Leandro Gabiati considera que os institutos de pesquisa fazem parte do processo eleitoral, ajudando o eleitor a entender melhor em qual contexto ele vai votar, mas avisa que a baixa assertividade atrapalha o cenário eleitoral.

Segundo ele, até o segundo turno, que acontece em 30 de outubro, a tendência é que a sociedade não acredite nas pesquisas de intenção de voto. “Ainda que acertem, a desconfiança está posta”.

O cientista político Rócio Barreto avalia que os institutos também devem aperfeiçoar a metodologia das sondagens. Na avaliação dele, as empresas deixaram de considerar alguns aspectos do eleitorado, como o voto dos indecisos, por exemplo.

Gastos

Na mira de parlamentares que querem uma CPI para apurar distorções nos números do primeiro turno e da Polícia Federal, as pesquisas Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria), ex-Ibope, custaram R$ 23,4 milhões em 2022. Em seguida, aparece o Datafolha, com R$ 14,2 milhões.

Segundo os dados, as três pesquisas mais caras realizadas pelo Ipec, no valor de R$ 347.659 cada uma, contratadas pela TV Globo, entrevistaram, no total, 9.024 eleitores entre os dias 13 de setembro e 1º de outubro. A média de entrevistados nas pesquisas era de mil eleitores.

Já o Datafolha, que costumava entrevistar entre mil e 6,8 mil eleitores nas pesquisas anteriores, declarou que recebeu R$ 617.972 para uma pesquisa com 12.800 eleitores, nos dias 30 de setembro e 1º de outubro, na véspera do primeiro turno das eleições.