Mais de 1,5 mil postos de saúde abrem no RS para Dia D de vacinação contra pólio neste sábado

Nos locais, 533 mil crianças, de um a quatro anos, devem receber a 'gotinha'

Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil / Arquivo

A Secretaria Estadual da Saúde (SES) anunciou nesta sexta-feira que mais de 1,5 mil postos de saúde estarão abertos amanhã para Dia D de vacinação contra poliomelite, também conhecia como paralisia infantil. O objetivo é vacinar crianças de 1 a 4 anos, independentemente do histórico, com a Vacina Oral Poliomielite (VOP), a “gotinha”, desde que já tenham recebido as três doses de Vacina Inativada Poliomielite (VIP) do esquema básico.

Conforme a SES, 553 mil pessoas compõem essa faixa etária em território gaúcho, sendo que a meta da Pasta é imunizar ao menos 95% desse total. Até essa quinta, 39.343 (7,1%) crianças de 1 a 4 anos tinha sido imunizadas contra a paralisia infantil.

Pais e responsáveis de outras 131 mil crianças com menos de um ano de vida também foram convocadas para a campanha. Nesses casos, porém, os filhos devem ser imunizados contra a pólio conforme o histórico vacinal. Por isso não há meta de cobertura para essa faixa etária.

Esquema da vacinação da pólio na campanha

• Abaixo de 1 ano de idade: vacinar a criança apenas se houver alguma dose em atraso.

• Entre 1 e 4 anos: vacinar contra a pólio (gotinha) e outras doenças se houver alguma em atraso.

• Dos 5 aos 14 anos: vacinar apenas se tiver alguma dose em atraso.

Histórico

Embora a doença seja considerada erradicada no país, os baixos índices de vacinação podem fazer com que ela retorne. Conforme uma análise da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), o Brasil é um dos países da América com alto risco reintrodução do vírus da poliomielite, ao lado de outros cinco (Bolívia, Panamá, Paraguai, Argentina e Equador).

Na análise envolvendo os municípios brasileiros, o RS demonstrou um cenário preocupante, já que 42% das cidades foram avaliadas como “em risco muito alto” e 32% como “em alto risco” para a pólio. Ou seja, em 367 municípios do Rio Grande do Sul (74%) há um grande risco de que o vírus da paralisia infantil volte a infectar.

Nos últimos anos, a pólio não alcançou a meta de 95% de cobertura. Segundo a SES, os índices de 2015 a 2020 oscilaram entre 84% e 86%. Mesmo que os dados de 2021 ainda sejam parciais, é possível identificar que a marca, atualmente em 76%, vai seguir abaixo da meta.

Esquema do calendário básico infantil

• Vacina Poliomielite 1,2,3 inativada (VIP)

Dose: 0,5 mL via intramuscular

Esquema: três doses (aos 2, 4 e 6 meses)

• Vacina Poliomielite 1,3 atenuada (VOP – gotinha)

Dose: duas gotas, por via oral

Esquema: reforço aplicado aos 15 meses de idade e aos 4 anos

Dados da Campanha de Vacinação contra a Pólio 2022 – RS *(até 18/8)

• População alvo: 553.814

• Total aplicado: 39.343 (7,1%)

Idade: total da população estimada / doses aplicadas (cobertura) – Por faixa etária

1 ano: 130.742 / 11.407 (8,7%)

2 anos: 140.764 / 8.498 (6,0%)

3 anos: 141.295 / 9.190 (6,5%)

4 anos: 141.013 / 10.248 (7,3%)

Multivacinação

Junto à campanha de prevenção contra a poliomelite, acontece a multivacinação para todas crianças e adolescentes menores de 15 anos de idade. O objetivo da estratégia é colocar em dia doses do calendário básico que estejam em atraso. Por isso, quem for ao posto de saúde deve levar a caderneta de vacinação para que a avaliação possa ser realizada pela equipe de saúde.

As vacinas utilizadas na campanha são as mesmas disponibilizadas na rotina dos serviços de vacinação, ao longo de todo o ano. Além delas, conforme disponibilidade e organização, os municípios podem ofertar ou orientar as demais vacinas específicas de campanhas, como a da Covid-19 e da gripe (influenza).

Alerta

De acordo com a SES, considerando seis das vacinas previstas até o primeiro ano de idade, nos últimos anos em nenhuma delas o Rio Grande do Sul alcançou a meta de vacinar ao menos 95% do público da idade preconizada. Em 2020, nenhum índice ficou acima dos 90%.

Ainda conforme a Pasta, os dados de 2021 ainda são parciais porque essas vacinas de rotina podem ter a aplicação registrada, em até 12 meses pelo município, no sistema do Programa Nacional de Imunizações.

A secretaria alerta que índices baixos de vacinação fazem aumentar os riscos para doenças imunopreveníveis, como coqueluche, poliomielite, sarampo, caxumba, rubéola, varicela, meningite meningocócica e pneumocócica, gastroenterite por rotavírus e hepatites A e B, por exemplo.