MPT apura denúncias de assédio contra presidente da Caixa

Ministério Público Federal também apura caso, e Tribunal de Contas da União pediu informações ao banco

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O Ministério Público do Trabalho (MPT) abriu uma investigação preliminar para apurar as denúncias de assédio sexual contra o presidente da Caixa, Pedro Guimarães. O Ministério Público Federal (MPF) também deu início a um procedimento para avaliar as suspeitas e o Tribunal de Contas da União (TCU) solicitou informações à Caixa.

As denúncias de assédio foram reveladas pelo portal Metrópoles. De acordo com a apuração, os casos tiveram como vítimas empregadas do próprio banco que se sentiram abusadas pelo economista em diferentes ocasiões, em eventos ou viagens de trabalho. O MPT soube dos relatos e abriu uma notícia de fato para analisar o que pode ser feito dentro das possibilidades dos procuradores do Trabalho.

No MPF, o caso corre sob sigilo., atualmente em fase de coleta dos depoimentos pela Procuradoria da República no Distrito Federal. Pedro Guimarães ainda é alvo de um processo por obrigar funcionários a fazer flexões durante o horário de trabalho, como mostraram imagens divulgadas na internet.

No TCU, Ana Arraes, presidente do Tribunal, determinou que a Caixa informe quais mecanismos e procedimentos foram adotados para prevenir assédios sexual e moral. O caso vai ser avaliado pela Secretaria-Geral de Controle Externo do TCU. “O assédio no ambiente de trabalho é tema de grande relevância que precisa ser mais bem enfrentado no âmbito da administração pública, uma vez que, além dos efeitos danosos à vítima, ainda ocasiona prejuízos à instituição e à sociedade”, argumentou a ministra, em nota.

Repercussão e defesa
Pedro Guimarães participou de evento público na manhã desta quarta-feira, em Brasília, para anúncio do Plano Safra de 2023. Sem citar diretamente as denúncias, ele proferiu um discurso breve sobre a vida pessoal. O presidente da Caixa agradeceu à esposa, Manuella Guimarães, pela presença ao evento, assim como a funcionários do banco.

“Tenho muito orgulho do trabalho de todos vocês e da maneira como sempre me pautei em toda a minha vida. Quero agradecer a presença de todos vocês, da minha esposa. São quase 20 anos juntos, dois filhos e uma vida inteira pautada pela ética”, declarou.

No início da tarde, cerca de 20 funcionárias da Caixa se reuniram em frente ao edifício sede da instituição, em Brasília, para protestar contra o presidente. Em meio às repercussões do caso, membros da campanha à reeleição de Bolsonaro confirmaram ao R7 que a secretária especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, Daniella Marques, deve ser anunciada como a nova presidente da Caixa Econômica Federal.

Ao Metrópoles, o banco enviou nota informando não ter conhecimento das denúncias apresentadas pelo veículo. “A Caixa esclarece que adota medidas de eliminação de condutas relacionadas a qualquer tipo de assédio. O banco possui um sólido sistema de integridade, ancorado na observância dos diversos protocolos de prevenção, ao Código de Ética e ao de Conduta, que vedam a prática de ‘qualquer tipo de assédio, mediante conduta verbal ou física de humilhação, coação ou ameaça'”.