Beto: tratativas com PT e PDT em busca de aliança no RS ocorrerão ao mesmo tempo

Socialistas ainda mantém conversações com PSD e Avante

Foto: Vinicius Domingues/Divulgação

O pré-candidato do PSB ao governo do Estado, o ex-deputado Beto Albuquerque, disse, na tarde desta terça-feira, que em até três semanas espera completar a chapa para a disputa, com a definição de partidos aliados para ocuparem as vagas de vice e do Senado. Beto, que retornou de Brasília com o aval do comando nacional do PSB para manter a pré-candidatura ao governo, assegurou que a reunião ocorrida em Brasília com a nacional na noite dessa segunda-feira “bateu o martelo” sobre ele disputar o Piratini, e assinalou que essa é uma decisão “sem volta”.

O socialista adiantou que nesta quarta-feira vai buscar conversar com o pré-candidato do PT ao governo, o deputado estadual Edegar Pretto, e deve reunir, ainda, com dirigentes do Avante. No caso do PT, essa vai ser mais uma tentativa de convencer o partido a abrir mão da candidatura de Edegar à cabeça de chapa, deslocando o deputado para a vaga de vice. Beto também mantém as tratativas com o PDT, sigla com a qual estabelece conversações desde o fim de 2021, e a projeção é de uma reunião com os pedetistas no decorrer da semana. Por fim, o deputado retoma os contatos com o PSD e a pré-candidata ao Senado, a ex-secretária Ana Amélia Lemos.

Conforme o ex-deputado, a definição da nacional sobre ele permanecer na disputa não estabeleceu como condição uma ordem nas negociações. Isto significa que não é preciso esgotar todas as tratativas com a federação formada por PT, PCdoB e PV para só então procurar por outros possíveis aliados, como o PDT.

“Vamos conversar com todos de forma concomitante. Quem aceitar vir conosco, estará conosco. Quem não aceitar, seguirá seu caminho, é legítimo os partidos terem seus candidatos, e, no segundo turno, voltaremos a falar”, declarou.

O socialista também confirmou que o que está sendo projetado para o caso de, no RS, o PSB fechar aliança com o PDT e não com o PT, é um palanque duplo para o pré-candidato à presidência do PT, o ex-presidente Lula, e o pré-candidato do PDT, o ex-ministro Ciro Gomes. PT e PSB se aliaram na disputa nacional e o último indicou o vice de Lula, o ex-governador Geraldo Alckmin. Ciro não definiu vice ainda.

“Em um primeiro momento pensamos em fazer algum tipo de palanque duplo, para Lula e para Ciro. A Fátima Bezerra (governadora do Rio Grande do Norte, pré-candidata à reeleição), que é do PT, fez isso. O candidato ao Senado na chapa dela é do PDT. O senador vai fazer campanha para o Ciro e ela para o Lula. Se o PT pode abrir palanque para o Ciro no RN, por que não podemos abrir palanque para ele no RS? Todo mundo sabe também que, na Bahia, o PT tem candidato ao governo, mas há um palanque duplo com o ACM Neto. São realidades regionais que podem acontecer ou não no RS”, explica Beto.

O fato de o PDT também ter lançado pré-candidato ao governo gaúcho, o ex-deputado Vieira da Cunha, segundo Beto, não atrapalha as negociações. “Sou uma pessoa do diálogo. Por exemplo: sou amigo do Ciro, ele foi do PSB. E também fui líder e vice-líder do governo Lula. Sou amigo do Vieira, fomos colegas, e não temos nenhuma dificuldade de conversar. O PSB também não tem nenhuma dificuldade de falar com o PDT. Temos identidades muito parecidas”, completa.