Bachelet diz que está alarmada com ameaças a indígenas e defensores dos direitos humanos no Brasil

Alta Comissária da ONU fez a declaração durante sessão em Genebra em meio ao desaparecimento do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista Dom Phillips

Alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Bachelet emitiu comunicado sobre a situação na Bolívia - ONU/Mark Garten (arquivo)

A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, a chilena Michelle Bachelet, disse nesta segunda-feira (13) que está “alarmada” com as ameaças que os povos indígenas e os defensores dos direitos humanos e ambientais sofrem no Brasil.

A declaração ocorreu durante a 50ª sessão do Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, em meio ao desaparecimento do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, na região do Vale do Javari, no Amazonas. Os dois foram vistos pela última vez em um barco no rio Itaquaí no dia 5 de junho.

Michelle Bachelet ainda disse que está preocupada com “casos recentes de violência policial e racismo estrutural (no Brasil), assim como ataques contra parlamentares e candidatos, principalmente afrodescendentes, mulheres e pessoas que fazem parte da comunidade LGBTI+, antes das eleições gerais de outubro”. “Apelo às autoridades para que assegurem o respeito pelos direitos fundamentais e pelas instituições independentes”, concluiu.

A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos anunciou nesta segunda-feira que não disputará seu segundo mandato, mas não revelou o motivo de sua decisão. Bachelet, de 70 anos, foi a primeira mulher a assumir a presidência do Chile e foi nomeada pelo secretário-geral da ONU em 2018 para assumir o cargo nas Nações Unidas.