Noite dos Museus leva 180 mil pessoas às ruas de Porto Alegre

Sexta edição do evento reuniu 21 espaços culturais que ficaram abertos ao público da capital durante a madrugada do último sábado

Foto: Ana Aguiar/Rádio Guaíba

“É extraordinário visitar esses espaços, pois nos sentimos mais próximos dos artistas e das suas respectivas épocas. É como estar imerso nesse universo particular do pintor, dentro da sua obra, quase como uma viagem dentro da sua cabeça”, avaliou Carolina Hessel, no último sábado, através da intérprete da língua brasileira dos sinais Angela Russo. Ambas fizeram parte de um dos grupos de mediação para surdos da 6ª edição da Noite dos Museus, em Porto Alegre, a maior até o momento.

Superando as expectativas, um recorde de 180 mil pessoas circulou pelas imediações dos 21 espaços que participaram do evento, incluindo cincos novos locais de visitação. A exposição Multiverso Experience, localizada no Cais Embarcadero, uma das novidades de 2022, chamou a atenção do público. Laisa Coltro veio de Caxias do Sul e era uma das primeiras da fila para visitação do museu imersivo, onde é possível conhecer as obras de Monet e Van Gogh em um espaço físico de 1.000 m², mas sem fronteiras para a imaginação.

“Eu tive a oportunidade de acompanhar o evento nas edições passadas, mas este ano foi diferente. Nunca havíamos recebido tantas informações, no Instgram, Facebook e outras mídias, sobre a presença de intérpretes nas exposições. Eram tantos lugares que foi difícil pensar em um roteiro. Estou muito feliz pela nossa inclusão no evento e espero que ele aconteça em muitas outras noite porque uma só é muito pouco para desfrutarmos de tudo”, complementou Ana Luiza Paganelli, também surda.

Já na Praça da Alfândega, um dos polos culturais mais tradicionais da cidade, milhares de pessoas acompanharam as atrações musicais dentro e fora dos museus. No Farol Santander a pequena Nalu, de apenas 5 anos, se encantou com as grande projeções do artista multimídia Ricardo Nauenberg, alertando sobre a preservação ambiental. “Eu estou amando estar aqui. É uma noite muito especial e tudo é muito lindo”, confessou a menina, acompanhada da família.

Alessandra Scherer, mãe de Nalu, comemorou a iniciativa. “Eu não consigo visitar esse espaço durante a semana, pois trabalho. Hoje foi a oportunidade perfeita”, destacou. Em meio a imagens representando a Amazônia, o Pantanal e os Pampas, a banda Projeto Nó embalou o público que visitou as exposições.

Independente do local visitado ou da idade dos espectadores, o pedido unânime era por um evento com maior duração e periodicidade menor – semestral ou trimestral. “Essa é uma oportunidade de ver o belo, mas também de conhecer a nossa cultura. O artista gaúcho é muito desvalorizado. Nós pagamos tão caro para visitar outros países, para apreciar sua arte, mas o que se sabe sobre a arte gaúcha? Tão pouco… Aqui aprendemos muito sobre a nossa história, nossa gente. O que eu espero é que as pessoas venham e conheçam esses espaços depois do fim do evento. Eles estão aqui todo o ano, à nossa disposição”, disse a professora Maria Lúcia, que visitou o Museu de Arte do Rio Grande do Sul.