“Democracia não tem lugar para quem queira destruí-la”, declara Barroso

Ministro do STF disse que antes da urna eletrônica, a história das eleições era cheia de fraudes, irregularidades nas votações e pouca participação

Foto: Fellipe Sampaio / SCO / STF

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu nesta sexta-feira a integridade do sistema eleitoral. Ele disse que, na democracia, existe espaço para diversas correntes políticas e de pensamento, mas não “para quem queira destruí-la”. O magistrado participou do Seminário Desafios e Inovações da Justiça Eleitoral para as Eleições de 2022, no Rio de Janeiro.

Barroso afirmou que antes da urna eletrônica, a história das eleições era cheia de fraudes, irregularidades nas votações e pouca participação dos eleitores. Ele lembrou que na década de 1930, apenas 3% dos eleitores compareceram às urnas, e na década de 50 esse número também era baixo, com participação de apenas 6,5% do eleitorado. Atualmente, mais de 70% da população participa do pleito.

“A história da democracia foi de fraudes institucionalizadas. Compra de voto, voto de cabresto, eleição a bico de pena (desejo da oligarquia), voto formiguinha, sem mencionar os votos das urnas engravidadas que apareciam à noite com muito mais eleitores da seção eleitoral”, disse ele.

Barroso ocupou até este ano a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e passou o cargo para o ministro Edson Fachin. O magistrado lembrou que divergências políticas fazem parte da democracia, mas não se pode tentar impedir o exercício do voto pelos eleitores. “A democracia é um ambiente plural e que tem lugar para conservadores, liberais, progressistas. Só não tem lugar para quem queira destruí-la. O Brasil tem muitos problemas. Felizmente o nosso sistema de votação não é um deles”, disse.