Polícia Federal pede novos inquéritos sobre irmãos Brazão

Os dois estão presos e são acusados de serem os mandantes da morte de Marielle

O deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) está preso | Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

O avanço do inquérito sobre o assassinato de Marielle Franco revelou indícios de outros crimes sem relação direta com a execução da vereadora do PSOL e levou a Polícia Federal a pedir a abertura novas investigações sobre os irmãos Brazão. O deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) e o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio Domingos Brazão estão presos e são acusados de serem os mandantes da morte de Marielle.

As novas suspeitas surgiram após perícia realizada em documentos, celulares, pendrives, HDs e computadores apreendidos na Operação Murder Inc., que, em março, prendeu, além dos irmãos Brazão, o ex-chefe da Polícia Civil do Rio, delegado Rivaldo Barbosa. A PF busca agora autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para compartilhar provas com os órgãos competentes e assegurar que apurações autônomas sejam abertas.

Uma das investigações requisitadas é sobre o possível desvio de emendas parlamentares, uma vez que há indícios “veementes” de que Chiquinho direcionou essas verbas para conseguir “vantagens indevidas”.

Patrimônio

O material apreendido também reforçou as suspeitas sobre o patrimônio da família Brazão. Os investigadores conseguiram levantar contratos que ligam os irmãos a dezenas de imóveis e postos de combustíveis. A suspeita é de que as transações imobiliárias e a rede de postos tenham sido usadas para lavar dinheiro ilícito.

Outro pedido de investigação atinge o delegado Rivaldo Barbosa e a mulher dele, apontada como testa de ferro do marido em empresas que seriam usadas para lavar dinheiro de propina. Foi feita, ainda, solicitação para investigar um ex-assessor de Domingos por posse ilegal de arma de uso restrito.

Quando deflagrou a Operação Murder Inc., a PF apreendeu com Robson Calixto da Fonseca, o ‘Peixe’, uma pistola da Secretaria de Polícia Civil do Rio. A arma tinha a gravação da sigla da Força Nacional de Segurança Pública no chassi. A numeração estava raspada. As defesas dos citados não haviam se manifestado até a noite de ontem.