Times defendem venda de bebida alcoólica em estádios do RS; dupla Gre-Nal ainda silencia

Veja o que disseram dirigentes do Juventude, de Caxias do Sul, do Ypiranga de Erechim e do São José E.C., de Porto Alegre

Foto: Gustavo Pereira / Brasil de Pelotas / Divulgação

Passadas duas semanas do protocolo, na Assembleia Legislativa, do projeto de Lei que libera e regulamenta o consumo de bebida alcoólica em estádios de futebol no Rio Grande do Sul, a reportagem da Rádio Guaíba conversou com representantes do Juventude, de Caxias do Sul, do Ypiranga de Erechim e do São José E.C., de Porto Alegre. Todos se mostraram favoráveis à proposta.

Entre os clubes da Série A do Campeonato Brasileiro, o Internacional se manifestou através da assessoria de imprensa. “O Conselho de Gestão não foi consultado sobre o tema. Por essa razão, o presidente prefere não se manifestar até uma deliberação com a sua diretoria”, detalhou. Já o vice-presidente de Comunicação e Marketing, do Juventude, Fábio Pizzamiglio, afirmou que o clube é favorável à proposta. Conforme o dirigente, o público já consome fora do estádio, em bares nas redondezas do Alfredo Jaconi, até os últimos momentos antes do início do jogo.

“A gente sabe que problemas acontecem com ou sem a bebida alcoólica. Quem quer fazer a baderna vai fazer igual. Isso (proibição) acaba só atrapalhando a venda dos clubes, que poderiam ter lucro com relação a isso. E também atrasa a festa, todo o espetáculo, que poderia iniciar mais cedo até por conta do ingresso antecipado dos torcedores”, opinou o dirigente.

Único representante gaúcho na Série B do Campeonato Brasileiro, o Grêmio também se manifestou através da assessoria de imprensa, afirmando que, neste momento, não vai se posicionar sobre o assunto. “A prioridade está sendo o futebol”, declarou a Comunicação do tricolor. Representando os gaúchos da terceira divisão do futebol nacional, o São José e o Ypiranga de Erechim se disseram defensores da liberação do consumo nos estádios, também em função da necessidade de receita. A reportagem também buscou contato com o presidente do Brasil de Pelotas, que não respondeu.

Em Erechim, no Norte gaúcho, o Ypiranga busca uma vaga na Série B. O presidente do clube, Adilson Luis Stankiewicz, detalhou que a venda de bebida alcoólica gera boa receita aos cofres do time. Segundo ele, é possível ver exemplos positivos pelo Brasil onde o consumo é liberado e não acontecem confusões.

“É uma grande falácia que isso (álcool) estimula a violência. Não existe nenhum dado concreto que possa se apresentar que comprove que a proibição da bebida alcoólica no estádio tenha diminuído a violência. O que ocorreu na verdade foi a diminuição de público nos estádios em função de todas as dificuldades que se impõem, inclusive a impossibilidade do cidadão de bem poder consumir a sua cerveja durante a partida”, enfatizou o dirigente.

Único representante de Porto Alegre a se posicionar, o presidente do São José E.C, Flávio Abreu, se disse totalmente a favor. O mandatário destacou o prejuízo que os clubes tiveram com a proibição da venda de bebida, principalmente no interior do Rio Grande do Sul. “As brigas começam lá fora, pois o torcedor bebe bem mais [fora] do que poderia [beber] dentro do campo. Eu não vejo nenhum problema na segurança da Brigada Militar, do Judiciário, dos fiscais da Federação identificarem o torcedor e não deixarem ele entrar, o causador da briga”, apelou o presidente do Zequinha.

Na próxima reportagem da série, a reportagem busca ouvir o que dizem os especialistas sobre o assunto. Uma psiquiatra vai esclarecer se a bebida alcoólica pode ser um gatilho para a violência, e um especialista em segurança fala sobre as diferenças do atual momento em relação à Copa de 2014, período em que o consumo de bebidas era liberado.

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