A execução do líder da facção criminosa Família Mathias Velho, de Canoas, Diego Fontinel, conhecido como Alemão da Praia, de 32 anos, ocorrida na manhã desta segunda-feira, em Porto Alegre, começou a ser investigada pelo Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa. A apuração do crime vai ser conduzida pela 2ª DPHPP de Porto Alegre, sob comando da delegada Roberta Bertoldo, e com apoio da DPHPP de Canoas. Os policiais já sabem que o criminoso tinha agendado um procedimento cirúrgico e a suspeita é de que os matadores sabiam dessa informação.
O crime ocorreu em uma esplanada onde existem um centro empresarial, um hotel e um hospital na avenida Soledade, perto da avenida Carlos Gomes, no bairro Três Figueiras. A ocorrência mobilizou ainda o 11ºBPM, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e Instituto-Geral de Perícias, através do Departamento de Criminalística e Departamento Médico Legal.
Alemão da Praia era monitorado com tornozeleira eletrônica e, no deslocamento até o hospital, recebeu escolta de agentes da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe). “Ele possuía um procedimento cirúrgico agendado para ser realizado aqui no hospital. Ele se deslocou com outros dois amigos. Agentes da Susepe efetuaram a retirada da tornozeleira eletrônica dele”, explicou a delegada Roberta Bertoldo.
No momento em que os agentes penitenciários foram embora, assinalou, um outro veículo aproximou-se da Chevrolet Captiva, de cor preta e blindada, usada pelo trio, que já havia sido estacionada. “Dois indivíduos efetuaram os disparos que vieram a atingir a vítima. Os dois que acompanhavam restaram feridos”, observou a titular da 2ª DPHPP. “Esta ação foi extremamente rápida e premeditada…Alguém sabia do procedimento cirúrgico”, enfatizou. Os dois feridos faziam a “segurança” do líder do tráfico, e foram internados no Hospital Cristo Redentor.
“Os disparos foram feitos no momento em que um dos ocupantes da Captiva blindada abria a porta. Os diversos tiros atingiram os ocupantes e atingiram a vítima principalmente na face. Não houve troca de tiros”, esclareceu a delegada. O corpo de Alemão da Praia ficou caído ao lado do veículo.
Diversos cartuchos deflagrados de calibres de fuzil 556 e de pistola calibre 9 milímetros foram recolhidos no local. Além dos laudos periciais, o trabalho investigativo depende da busca por imagens de câmeras de monitoramento, depoimentos das vítimas e de testemunhas, entre outras diligências.
O diretor da Divisão de Inteligência Policial e Análise Criminal do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, delegado Eibert Moreira Neto, observou que Alemão da Praia teve “um irmão que há pouco meses foi morto em uma emboscada em Canoas, também membro da facção”.
Alemão da Praia tinha extensa ficha de antecedentes criminais, sendo envolvido com homicídios e tráfico de drogas. “Ele estava agora participando de uma disputa muito forte com a facção atuante no bairro Bom Jesus, em Porto Alegre, apoiado por uma facção com domínio na vila Cruzeiro do Sul”, destacou o delegado.
Os atiradores fugiram por um acesso ao lado do hospital e que leva até a rua Primeiro de Janeiro. “A identificação do veículo já foi feita”, adiantou o diretor. Qualquer informação pode ser repassada, mesmo sob anonimato, ao telefone 0800-642-0121, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa.