Empresas dizem que paralisações de rodoviários metropolitanos decorrem de “desequilíbrio generalizado”

Em nota, entidade pede sensibilidade a Metroplan e ao governo estadual para buscar soluções

Foto: Alina Souza/Correio do Povo

Em nota, divulgada nesta terça-feira, sobre a paralisação dos rodoviários metropolitanos realizada durante o dia, a Associação dos Transportadores Intermunicipais Metropolitanos de Passageiros (ATM) afirmou que o ato é fruto de um desequilíbrio econômico-financeiro generalizado que atinge o sistema.

No documento, a ATM também salienta que as autoridades sabem da situação, agravada pela pandemia. Além disso, a associação relata que vem trabalhando para buscar alternativas para solucionar o problema, com objetivo de não prejudicar os passageiros, e chegar a um acordo com os colaboradores das empresas, que dizem que um acordo judicial está sendo descumprido.

Sobre isso, a ATM disse que as empresas perderam as condições financeiras para arcar com o ônus de liquidar 1/3 de férias pendente, além de conceder reajuste no vale alimentação, conforme debatido em audiência de mediação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT).

Diante dessa situação, a entidade pede que o governo do Estado e a Metroplan sejam “sensíveis” e busquem uma solução para reequilibrar financeiramente o sistema.

Em entrevista ao jornal Correio do Povo, o diretor de transporte metropolitano da Metroplan, Francisco Horbe, disse que o órgão não interfere em questões de funcionários e empresas. Mas, caso haja indicativo de greve, vai atuar na mediação para que se busque uma alternativa.

Na manhã desta terça, a “operação tartaruga” da categoria ocupou boa parte dos corredores de ônibus do Centro de Porto Alegre. Aderiram ao protesto cerca de 80 motoristas de empresas como a Sogil, a Soul, a Transcal e a Viamão.

Confira a íntegra da nota da ATM

1. As paralisações promovidas hoje pelo Sindicato dos Trabalhadores são consequência de uma crise profunda do setor do transporte público de passageiros, gerada pelo desequilíbrio econômico-financeiro generalizado do sistema, que foi agravado pela pandemia.

2. As autoridades estão cientes dessa situação, desde sempre informadas com transparência pela Associação dos Transportadores Intermunicipais Metropolitanos de Passageiros (ATM) e pelo Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do RS (SETERGS).

3. Seguimos buscando todas as alternativas para resolução do problema junto ao Poder Concedente para encontrar uma solução equilibrada, que garanta a viabilidade do sistema para os milhares de usuários que o utilizam diariamente, bem como para os colaboradores das empresas.

4. Neste momento, as empresas não possuem condições de arcar com o ônus de liquidar o 1/3 de férias pendente, bem como conceder reajuste no vale alimentação, conforme amplamente debatido em audiência de mediação do TRT.

5. Cremos na sensibilidade Poder Concedente (METROPLAN e Governo do Estado) para encontrarmos uma solução econômica que reequilibre o sistema e que mantenha a viabilidade desse relevante serviço público essencial.