Motoristas de aplicativos promovem, na manhã desta quarta-feira, nova paralisação para pressionar as empresas do setor. Os trabalhadores reivindicam reajuste de tarifas, como a atualização do valor do quilômetro rodado e o fim de promoções nas plataformas. Além do Rio Grande do Sul, a expectativa é que a manifestação ocorra também nos estados de Santa Catarina, Rio de Janeiro e no Distrito Federal. No Estado, mobilizações acontecem em Porto Alegre, Canoas, Eldorado do Sul, Guaíba e Caxias do Sul.
Na Capital, os motoristas sairão em carreatas até as sedes dos aplicativos. Uma das concentrações foi realizada no Porto Seco, na zona Norte da cidade. A carreata da categoria também irá passar pelo Palácio Piratini e Ministério Público.
“Buscamos melhorias para a categoria, como o aumento das tarifas aos motoristas e o fim dos produtos Uber Promo e 99 Poupa. Os custos para manter a ocupação estão muito altos, com pouco retorno para os trabalhadores”, afirma Carina Trindade, secretária-geral do Simtrapli-RS.
Em 2015, o valor pago por quilômetro rodado aos motoristas era de R$ 1,25. Hoje, seis anos depois, os aplicativos pagam R$ 0,95 na Capital e R$ 0,90 na Região Metropolitana. No início havia um desconto de 25% nas corridas. Agora o percentual de desconto varia entre 25% e 40%. Ou seja, os custos aumentaram, mas a remuneração dos motoristas caiu.
Além disso, os trabalhadores têm sofrido com o impacto do aumento dos preços dos combustíveis. Também o seguro dos veículos, o aluguel dos automóveis, a manutenção dos carros e rastreadores sofreram reajustes nesses anos, o que deixa o ganho ainda menor para os trabalhadores.
De acordo com dados do IBGE, no Brasil, o aumento dos motoristas de aplicativos foi de 138% nos últimos oito anos. Em 2019, 4 milhões de brasileiros estavam nessa atividade.
Protestos
Essa é a segunda paralisação dos motoristas de aplicativo em 2021. A primeira aconteceu dia 23 de fevereiro. Uma comissão de representantes das entidades representativas dos motoristas se reuniu virtualmente no último dia 9 de março com vereadores de Porto Alegre. A reunião foi da Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh), da Câmara Municipal. Estiveram presentes também desembargadores do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4) e entidades sindicais. As empresas receberam convite para participar, mas não compareceram.
A partir do encontro, os vereadores se comprometeram a solicitar uma reunião entre a Câmara, o judiciário, as entidades da categoria e as empresas para buscar soluções urgentes aos trabalhadores. Além disso, os parlamentares apontaram uma reunião com a Prefeitura.