Transporte coletivo volta a operar, com frota reduzida, em Guaíba

Decisão do TRT-RS determinou que 30% do transporte público volte a circular

Foto: Pedro Molnar/Repórter Guaibense/Divulgação

O Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-RS) determinou nesta quinta-feira que 30% da frota do transporte público da cidade de Guaíba volte a circular prestando serviço à comunidade. Os rodoviários da empresa Expresso Assur – que presta serviço ao Município – cruzaram os braços, na terça-feira retrasada, em virtude da falta de pagamento de parte do salário de dezembro e da integralidade do 13º salário, além de cesta básica e vale-alimentação.

Na liminar, proferida pelo vice-presidente do TRT-RS, o desembargador Francisco Rossal de Araújo, determina que os trabalhadores fiquem obrigados a garantir, durante o movimento grevista, a prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. Em caso de descumprimento, a multa diária fixada era de R$ 5 mil, a ser paga pelo sindicato.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Guaíba, Luís Carlos Veiga Martins, disse que os trabalhadores acataram a decisão da Justiça e ao meio-dia desta mesma quinta puseram três veículos a circular, bem como efetivo para operar. “É muito injusto o que estão fazendo com o trabalhador. Desde o início de 2020 o funcionário recebe com atraso seu salário. Falta comida na mesa do trabalhador. Contas de água, luz e gás estão em atraso. Queremos uma solução adequada.” Segundo ele, as dívidas recaem sobre 120 trabalhadores.

O diretor da empresa Expresso Assur, Cristian Isse, explica que a falta de receita se deve a uma série de fatores. “A previsão de carregamento de passageiros, que não se confirmou, as mudanças das linhas de ônibus implementadas pela Prefeitura em 2017 que fizeram cair em 20% a receita, bem como a concorrência do transporte clandestino de passageiros, motoristas de aplicativo e por fim, a pandemia.” Cristian fala que há desequilíbrio no contrato e que o serviço de transporte paralelo ilegal gera problemas graves para a empresa.

“Além disso, entre abril e dezembro, período da pandemia, perdemos 70% do faturamento. Aderimos ao programa do governo federal, com redução de salário e jornada. Isso se encerrou em dezembro e a folha retornou 100%. Esse fator também nos gerou dificuldade. Não tivemos nenhum apoio do poder público.” O diretor explica que está em negociação, na busca por uma alternativa para quitar os débitos, embora não haja previsão para que isso aconteça.

Procurada, a Prefeitura de Guaíba ainda não se manifestou.