A Holanda, a Bélgica e Itália decidiram neste domingo (20) proibir o tráfego de passageiros com o Reino Unido. A França também estuda implantar as mesmas restrições.
Na Holanda, a restrição é apenas para viagens de avião e vai durar pelo menos dez dias, seguindo uma recomendação das autoridades de saúde devido aos temores da nova mutação do coronavírus detectada em território britânico.
A Bélgica restringiu também as viagens de trem por pelo menos 24 horas a partir da 0h desta segunda-feira (21), informou o primeiro-ministro do país, Alexander De Croo, à televisão pública “VRT”. A medida será aplicada inicialmente por 24 horas porque a análise científica da nova variante do coronavírus ainda está em andamento.
“Como governo temos o dever de proteger os italianos e, por isso, depois de notificarmos o governo inglês, estamos prestes a assinar uma medida com o ministro da Saúde para suspender os voos com a Grã-Bretanha”, explicou o chanceler italiano Luigi Di Maio. “Nossa prioridade é proteger a Itália e nossos compatriotas”.
“Não temos uma resposta conclusiva”, esclareceu De Croo, que avisou que está em contato com a França porque os trens Eurostar do Reino Unido também passam pelo país e os passageiros poderiam então entrar na Bélgica. “É por isso que os controles preventivos também serão realizados nas estradas”, afirmou o premiê.
Em nota, o Ministério da Saúde da Holanda confirmou que estudo realizado no início de dezembro revelou que também circulava no país um vírus com a variante descrita pelo Reino Unido e autoridades sanitárias estão estudando como a pessoa afetada foi infectada e se há casos relacionados.
“Parece que se espalha com mais facilidade e rapidez e é mais difícil de detectar”, alerta o executivo de Haia. O RIVM (Instituto Holandês de Saúde Pública) pediu à Saúde para controlar os movimentos de passageiros com o Reino Unido “tanto quanto possível” para limitar “a entrada dessa cepa de vírus” em território holandês, de modo que o gabinete tomou a decisão de declarar a proibição do tráfego aéreo até pelo menos 1º de janeiro.
A proibição não inclui o transporte de mercadorias, nem a mobilidade do pessoal médico, e os diversos portos, incluindo Roterdã, bem como o transporte ferroviário. Ainda é possível viajar de carro, trem e barco.
O executivo insistiu em pedir aos cidadãos “que não viajem ao exterior, a menos que seja estritamente necessário” devido ao “risco substancial de propagação do vírus causador da covid-19” e anunciou que, após sua decisão unilateral de banir o voos, vai coordenar nos próximos dias com o resto dos países europeus “a possibilidade de restringir ainda mais a entrada do vírus do Reino Unido.”
Diante de evidências científicas que indicam que a nova cepa acelera a transmissão do vírus em até 70%, o primeiro-ministro britânico Boris Johnson foi obrigado ontem a modificar os planos de movimentação populacional para este Natal, com duras medidas restritivas em grande parte do Reino Unido.
Embora essa variante se espalhe rapidamente, não há evidências de que seja mais letal ou que possa ter impacto na eficácia das vacinas desenvolvidas contra a Covid-19 e já fornecidas em alguns países, incluindo o Reino Unido, embora este ponto esteja sendo avaliado com urgência para confirmação.
Nesta segunda-feira (21), especialistas da EMA (Agência Europeia de Medicamentos) devem anunciar suas conclusões sobre a vacina desenvolvida pelas empresas farmacêuticas Pfizer-BioNTech. Se aprovada, ela permitirá à UE conceder uma licença de uso nos países membros no meio da semana.