OMS pede fim da “politização” da pandemia: “não é partida de futebol”

Diretor-geral da organização reafirmou a importância da colaboração global

Foto: Divulgação/WHO

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, pediu nesta segunda-feira que os líderes mundiais ponham ao fim à “politização da Covid”, e lembrou que uma pandemia “não é uma partida de futebol”. As declarações, feitas em entrevista coletiva, em Genebra, na Suíça, foram publicadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.

Adhanom reafirmou a importância da colaboração global, e disse que o mundo deve evitar a todo custo o nacionalismo na vacinação, indicando que uma cooperação internacional pode trazer uma recuperação econômica mais rápida. Ele também descreveu o atual estágio da iniciativa Covax, com 184 países, como um “grande progresso”.

O aumento de casos na Europa também pontuou a coletiva. Com um terço das mortes na último semana, a região é descrita mais uma vez como o “epicentro” da pandemia. “Vários países estão vendo aumento preocupante de casos e hospitalizações”, em especial no Hemisfério Norte, afirmou Adhanom, que citou o fato de, no fim de semana, vários líderes terem tomado medidas “críticas” para frear o contágio.

“Ninguém quer mais lockdowns, mas para evitá-los, precisamos fazer nossa parte”, instando a responsabilização individual, afirmou. O diretor citou que, em conversas com a chanceler alemã, Angela Merkel, apreciou a conduta dela, e pediu ação conjunta na União Europeia.

Diretor-executivo da OMS, Michael Ryan afirmou que não há evidências de que o aumento de casos ocorra por uma mutação do vírus, não sendo notado nenhum aumento na transmissibilidade até agora. Instando o consenso, ele concluiu que não deve haver uma “competição sobre qual é a melhor estratégia para conter o vírus”.

Por meio da persuasão, lembrou que “não é questão de força, e sim de convencimento”. Sobre eleições, afirmou que são “fundamentais para democracia”, e que vários processos “foram seguros” na pandemia, apontando para medidas “positivas, como ampliar horários de votação”.