Brasil gastou US$ 227 milhões na compra de vacinas chinesas em 2020

País asiático é o quarto maior fornecedor de imunizantes estrangeiros no SUS

vacina da gripe
Foto: Guilherme Testa / CP Memória

Alvo de críticas do presidente Jair Bolsonaro, o mercado de vacinas chinesas foi um dos maiores responsáveis pelo abastecimento do estoque de imunizantes no Sistema Único de Saúde (SUS) em 2020. Segundo dados do Comex Stat, portal para acesso gratuito às estatísticas de comércio exterior do Brasil, o Governo Federal importou US$ 227.004.029 em doses produzidas pelo país asiático esse ano.

A China aparece em quarto lugar na lista de principais fornecedores de anti-soros, produtos imunológicos modificados e vacinas para medicina humana e veterinária do Brasil. A liderança do ranking pertence à Suíça, que faturou US$ 395.120.570 em exportações do tipo para o país. Em segundo lugar aparece a Alemanha, com US$ 332.549.431, seguida dos Estados Unidos, com fatia de US$ 303.722.893.

A farmacêutica Sinovac Biotech, responsável pelo desenvolvimento da fórmula contra a Covid-19 em fase de testes no território brasileiro, é uma das maiores empresas do gênero na China. A fabricante foi a responsável pela primeira dose eficaz contra o vírus H1N1, que causou a pandemia de Gripe A em 2009, e também produz medicamentos contra doenças como, por exemplo, a hepatite.

Países fabricantes de vacinas Valor pago pelo Brasil (em dólares)
Suíça
US$ 395.120.570
Alemanha
US$ 332.549.431
Estados Unidos
US$ 303.722.893
China
US$ 227.004.029
Irlanda US$ 204.969.303
Coreia do Sul
US$ 108.060.787
França US$ 108.025.358
Porto Rico
US$ 94.831.754
Bélgica
US$ 86.585.215
Dinamarca
US$ 73.586.266

Fonte: Comex Stat – Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços

Bolsonaro afirma que “brasileiros não serão cobaias”

Nessa terça-feira (20), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciou em reunião com os governadores que a pasta pretendia adquirir doses de três fabricantes diferentes para garantir a imunização contra o coronavírus através do SUS. A maior parte do contingente previsto seria composto, justamente, de Coronavac.

Por outro lado, o presidente Jair Bolsonaro declarou que não se justifica um bilionário aporte financeiro num medicamento que sequer ultrapassou sua fase de testagem. Segundo o político, que se referiu à fórmula como ‘a vacina chinesa de João Doria’, “o povo brasileiro não vai ser cobaia de ninguém”.