Polícia Federal pede que André do Rap seja incluído em lista da Interpol

Solto no sábado, líder do PCC pode ter saído do Brasil

Foto: Polícia Federal/Divulgação

A Polícia Federal pediu para que o nome do traficante e suposto líder da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) André Oliveira Macedo, o André do Rap, seja incluído na lista de procurados da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal), dois dias após ele ser liberado da prisão.

André do Rap deixou a Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, presídio que fica no interior de São Paulo e é conhecido por concentrar supostas lideranças do PCC, na manhã de sábado, beneficiado por uma decisão do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Horas depois de André deixar o presídio, o ministro Luiz Fux, presidente do STF, atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e suspendeu a decisão liminar, determinando, portanto, a volta do suspeito à prisão.

No entanto, André do Rap já havia saído do encalço das autoridades. Investigações iniciais apontaram, inclusive, que pouco depois de voltar às ruas, ele já havia saído do Brasil.

André é apontado como responsável por esquematizar o comércio de drogas entre o PCC e países da Europa, via Porto de Santos. Investigações sugerem que as drogas traficadas por André do Rap eram enviadas para a Calábria, na Itália, e de lá distribuída para todo o continente europeu.

A soltura do traficante causou diversos posicionamentos contrários e críticas à decisão do ministro Marco Aurélio. Em nota conjunta, a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) e a Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp) criticaram a decisão de colocar o suposto traficante em liberdade e negaram omissão do Ministério Público.

As entidades também destacaram que a obrigação de revisar a manutenção da prisão, a cada 90 dias, é imposta apenas ao juízo de primeiro grau ou tribunal que impôs a medida cautelar.