Moradores são retirados de prédio após risco de desabamento na Capital

Ação aconteceu na madrugada deste sábado no Loteamento Irmãos Maristas. Local é residência das famílias transferidas da Vila Nazaré

Na madrugada deste sábado (10), ao menos 62 pessoas precisaram ser removidas de um prédio localizado no Loteamento Irmãos Maristas, no bairro Rubem Berta, na zona Norte da Capital, devido ao risco de desabamento. O tenente do 1° Batalhão dos Bombeiros Militar de Porto Alegre, Wagner Silveira da Silva, que atendeu a ocorrência, afirma que no local foi constatado o tremor da estrutura e rachaduras nas paredes.

“Nós fomos acionados pelo telefone 193 porque, segundo os moradores, o prédio estava tremendo. Eles também relatavam que estavam escutando alguns estalos na estrutura. Quando os primeiros bombeiros chegaram ao local, constataram que as denúncias eram verdadeiras e começaram a evacuar o prédio”, relata Silva. Em vídeos compartilhados nas redes sociais, moradores registraram os tremores. Nas imagens, os móveis se mexem dentro dos apartamentos e pessoas chegam a perder o equilíbrio.

O prédio de cinco andares foi interditado e os moradores tiveram que deixar suas residências até que um profissional especializado avalie a segurança da estrutura. Antes da remoção, os moradores de maneira ordenada e em duplas, orientados pelos bombeiros, acessaram seus apartamentos para retirar pertences essenciais. As famílias que moram no Loteamento Irmãos Maristas foram realocadas da Vila Nazaré, nas imediações do Aeroporto Salgado Filho, em 2019, para a ampliação da pista do terminal.

Prefeitura vistoriou o prédio

A Prefeitura de Porto Alegre se manifestou na manhã deste sábado (10) sobre o tema através de nota oficial. Confira:

“Equipes da Prefeitura de Porto Alegre se dirigiram para o Loteamento Irmãos Marista assim que foram acionadas na noite de sexta-feira, 9. A Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros fizeram a evacuação das 19 famílias do prédio, sendo 40 adultos e 22 crianças. No total, 20 unidades foram interditadas no bloco.

Ainda na noite de sexta-feira, ao tomar conhecimento dos fatos, em reunião virtual com Defesa Civil, Departamento Municipal de Habitação (Demhab), Guarda Municipal, Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Secretaria Municipal de Relações Institucionais e Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), o prefeito Nelson Marchezan Júnior determinou que equipes fossem ao local e tomassem todas as medidas para proteção e auxílio às famílias atingidas, que fossem contatados ainda na madrugada os responsáveis pela obra: empresa e Caixa Econômica Federal.

Durante a madrugada, o diretor-geral do Demhab, Emerson Corrêa, esteve no loteamento e notificou a construtora responsável pela obra e à Caixa Econômica, a quem cabe a fiscalização. Foi solicitado um laudo de estabilidade estrutural de todos os prédios do empreendimento, que possui 1.298 unidades habitacionais. Os responsáveis pela obra já estão no local.

A Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) está preparada para atender as famílias que venham necessitar de abrigo por um tempo mais prolongado. Neste primeiro momento eles foram acolhidos por parentes e vizinhos. A Fasc está no local fazendo levantamento de quantas pessoas necessitarão de abrigo. A Guarda Municipal auxilia na segurança e apoio ao acesso de pessoas autorizadas a ingressar no prédio.

Sobre o empreendimento

O contrato para a obra foi assinado pela Caixa e a empresa Direcional em 2017. A prefeitura cedeu o terreno, realizou obras de infraestrutura no local e firmou convênio com a Caixa para a construção das moradias pelo programa Minha Casa Minha Vida com um total de 1.280 unidades, entre casas e apartamentos. Cada unidade possui dois quartos, sala, cozinha e banheiro.”

O que diz a construtora

Em nota, a Direcional Engenharia informa que, tão logo foi comunicada sobre a situação, enviou equipes ao local nesta manhã de sábado. Com base nas análises, já certificadas em parecer técnico de consultores especializados, ficou constatado que não há qualquer problema estrutural que coloque em risco a segurança e a estabilidade da edificação.

O que houve foi um desplacamento de cerâmicas no piso de uma das unidades residenciais, o que gerou a sensação de “piso oco”, em função da soltura em conjunto de placas e a sensação de instabilidade. As causas do desplacamento já estão em investigação técnica e, independentemente do resultado, a empresa vai promover os reparos que forem necessários.

A Companhia entende a preocupação dos moradores, mas ressalta que não há riscos. Desde os primeiros momentos, a Companhia  coopera e mantém contato permanente com a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros.

A empresa esclarece ainda que, desde quando o condomínio foi entregue aos proprietários no início deste ano, além dos procedimentos de orientação sobre usos e manutenção de suas unidades, mantém regularmente à disposição dos moradores posto de atendimento no condomínio com uma equipe de assistência técnica no local. Todas as demandas têm sido devidamente acompanhadas e tratadas.