Secretário da Saúde garante mais leitos para Covid, mas descarta reabrir hospitais desativados em Porto Alegre

Pablo Stürmer informou que, mesmo com a pandemia, Porto Alegre teve 10% de redução em número de falecimentos em comparação com 2019

Foto: Elson Sempé Pedroso / CMPA

A Secretária Municipal de Saúde pretende ampliar, ainda em junho, o número de leitos para o tratamento específico da Covid-19 em Porto Alegre. O Grupo Hospitalar Conceição, por exemplo, vai aumentar em 50% a capacidade de atendimento. O secretário da pasta, Pablo Stürmer, explica que as novas medidas de isolamento “não foram tomadas temendo uma falta de leitos, mas para não gerar um colapso no sistema de saúde.”

Desde o início da pandemia, a equipe de gestão de crise sanitária do município já previa um aumento de contágio. “Nós estamos pisando novamente no freio porque a situação já saía do controle. Não era o que nós desejávamos, mas sabíamos que isso podia acontecer. Só não sabíamos quando”, afirmou o secretário.

O secretário destacou, em entrevista para o programa Direto Ao Ponto, da Rádio Guaíba, que Porto Alegre teve uma queda de 10% no número absoluto de falecimentos, mesmo em meio à pandemia, quando comparados os período de 15 de março e 15 de maio deste ano e do ano passado.

Pablo Stürmer também descartou efeito prático na reabertura de hospitais atualmente desativados em Porto Alegre, como o Hospital Parque Belém Novo e o Hospital Beneficência Portuguesa. Para ele, fazer isso, neste momento, é “jogar para a torcida”. Stürmer explicou que o município precisa de “profissionais qualificados para a utilização nas UTIs (Unidades de Tratamento Intensivo) e não pegar um prédio abandonado e colocar respiradores lá”. De acordo com ele, não se resolve a situação dessa forma.

Da mesma forma, segundo o planejamento do município, não é necessária a construção de hospitais de campanha. “Nossos hospitais são qualificados e serão usados quando necessários”, destacou o secretário. O plano de contingência da Secretária Municipal de Saúde projeta que novos hospitais que já existem sejam utilizados no combate específico à Covid-19. “A Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, é um exemplo. É o terceiro hospital a entrar na linha de frente como referência no tratamento da Covid-19. Foi necessária tomar essa medida porque houve a necessidade de estabilizar o sistema”, esclareceu.

A preocupação maior dos profissionais e gestores da área da Saúde é que esse é um vírus novo, ao qual a maioria da população não está imune. O que propicia o rápido contágio e difícil controle da doença, levando a um quadro com “um grande volume de pessoas ficando doentes ao mesmo e procurando as unidades de saúde, todas ao mesmo tempo”. O fato é descrito pelo secretário como o catalizador do “colapso” no sistema da saúde. “Nova Iorque, por exemplo, é uma das cidades mais ricas do mundo e não conseguiu conter o surto da Covid-19 e atender as pessoas.”