Famurs defende que Educação Infantil seja a última a retomar aulas e solicita estudo técnico

Entidade argumenta que além de ser difícil de aplicar medidas de distanciamento, cabe prioritariamente aos municípios a oferta desse nível de atividade

aula infantil
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A Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) divulgou nota, nesta quinta-feira, reforçando a defesa de que a Educação Infantil seja a última a voltar às aulas no estado, e solicitando composição de um grupo de estudo para definir um eventual retorno das creches e pré-escolas em julho, caso ele de fato se confirme, de acordo com o que projeta o governo gaúcho.

A nota ocorre após o Executivo ter, na tarde de quarta-feira, anunciado o modelo ‘Distanciamento Controlado Educação – Primeiros Passos’, que prevê cinco etapas para a volta das aulas regulares, entre 1º de julho e 1º de setembro. Em três desses cenários, a Educação Infantil volta primeiro, sozinha ou acompanhada de outros diferentes níveis, a partir de 1º de julho.

A oposição da federação de municípios a um calendário no qual a Educação Infantil “puxe” a retomada de aulas presenciais é de conhecimento dos envolvidos, inclusive, de parte do núcleo do governo responsável pelas diretrizes de reabertura das instituições de ensino. A entidade argumenta que além de ser difícil de aplicar as medidas de distanciamento, controle e uso de equipamentos de proteção a crianças na faixa etária de 0 a 5 anos e 11 meses de idade, cabe prioritariamente aos municípios a oferta da Educação Infantil, nível que envolve 306.875 matrículas (66,8%), de um total de 457.875 existentes entre todas as redes.

Na outra ponta, o Executivo sofre forte pressão de instituições privadas, que responde pelas matrículas restantes (32,6% do total, ou 149.528). E de entidades representativas de setores que retomaram atividades e cujos trabalhadores não conseguem alternativa para os cuidados com os filhos menores. A rede pública estadual atende a um número insignificante de alunos na Educação Infantil: pouco mais de 2 mil.

No documento, a Famurs salienta que o possível retorno deve ser norteado por estudo técnico e aponta que as readequações necessárias vão demandar maior investimento do governo gaúcho em relação ao Programa Estadual de Apoio ao Transporte Escolar (Peate-RS). Apesar das divergências em relação à Educação Infantil, a entidade elogiou a cautela do Executivo em manter as atividades presenciais suspensas nas redes públicas e privada no mês de junho.