Weintraub comenta inquérito sobre ofensa aos chineses: “não sou racista”

Em entrevista à Rádio Guaíba, ministro da Educação, Abraham Weintraub, falou de inquérito sobre racismo, Enem, ensino superior e situação de Mandetta

Abraham Weintraub concedeu entrevista exclusiva à Rádio Guaíba nesta quinta (16) | Foto: Foto: Walterson Rosa/MEC
Abraham Weintraub concedeu entrevista exclusiva à Rádio Guaíba nesta quinta (16) | Foto: Foto: Walterson Rosa/MEC

O ministro da Educação falou do pedido da Procuradoria-Geral da República pela abertura de um inquérito que investigue as ofensas dirigidas por ele à China. Em entrevista exclusiva à Rádio Guaíba, nesta quinta-feira (16), Abraham Weintraub negou que as mensagens tiveram teor racista. No início de abril, o titular da pasta insinuou que o país asiático poderia se beneficiar, de propósito, da crise mundial causada pelo coronavírus. Nas redes sociais, o ministro comparou o estereótipo da pronúncia de imigrantes chineses no Brasil à do personagem Cebolinha, da Turma da Mônica.

O ministro tentou justificar suas declarações. “Pode ver minha cor, minha cor é escura. Eu sou um vira-lata, pé-duro. Eu não sou racista, minha história de vida mostra que eu não sou racista. Tenho vários amigos… Eu não tenho amigo ‘negão’ ou amigo chinês, eu tenho amigo. Ele pode ser de qualquer cor”, afirmou.

Bolsonaro x Mandetta

Abraham Weintraub ficou do lado de Jair Bolsonaro no embate com o ministro da Saúde. “O presidente está conduzindo bem, eu confio no presidente. É um time de 22 jogadores e, eventualmente, o presidente faz alguma substituição porque não está gostando do desempenho de um ou de outro”, avaliou.

O titular da Educação ainda citou o americano Abraham Lincoln para ironizar as posições de Luiz Henrique Mandetta. “Você pode enganar poucas pessoas durante algum tempo, mas você não consegue enganar todo mundo durante muito tempo. A verdade está aparecendo aí: a hidroxicloroquina funciona, essa quarentena foi precipitada, (…) não tá aparecendo a pilha de mortos que tinham falado que iria aparecer”, completou Weintraub.

Cortes de bolsas

O ministro responsabilizou movimentos de esquerda, parte da imprensa e conglomerados empresariais pelas críticas que o MEC e o governo sofrem. Sobre o ensino superior, Abraham Weintraub destacou quais cursos universitários são prioridades do mandato de Jair Bolsonaro. Segundo o chefe do MEC, as bolsas de pesquisa financiadas pelo governo serão destinadas às áreas de ciências exatas e de saúde.

Ficam de lado, conforme relatou, os cursos “vermelhinhos”, em alusão à cor dos partidos de esquerda. Weintraub disse que a relação com as universidades melhorou depois de endurecer a postura no comando da pasta. “Vocês podem querer conversar ou podem ir para a briga comigo. O pessoal que quis conversar tá mandando bem”, observou. “Vai aparecer o pessoal ‘vermelhinho’ e vai falar: ‘eu perdi a minha bolsa’. Perdeu o que, querido? A sociologia… Perdeu mesmo. Vai perguntar para medicina, para engenharia, para agronomia, para enfermagem, para odontologia o que aconteceu. A gente tirou bolsa do pessoal que a gente não vê como prioridade”, revelou.

Enem mantido

O ministro da Educação também garantiu que o Exame Nacional do Ensino Médio vai ocorrer de acordo com o calendário previsto pelo governo. “O Enem é em novembro, é só em novembro. Você está me falando que a epidemia vai continuar até novembro e ninguém vai poder mais sair de casa? E o que acontece? Cinco milhões de jovens que fazem o vestibular ficam sem perspectiva?”, questionou.

Nesta sexta-feira (17), termina a solicitação de isenção da taxa de inscrição no Enem. As provas devem ocorrer nos dias 1º e 8 de novembro na modalidade presencial. Além disso, há a previsão de realizar o Exame virtualmente no mês de outubro.