CPERS pede que governo suspenda mudanças no difícil acesso

Secretaria da Educação afirma que cumpre prazos determinado por lei que alterou regras do difícil acesso nas escolas públicas

Regras do difícil acesso foram alteradas em reforma das carreiras aprovada em 2020 | Foto: Elias Eberhardt/Divulgação
Foto: Elias Eberhardt/Divulgação

O CPERS Sindicato, que representa os professores da rede pública estadual, enviou um oficio ao governo solicitando a suspensão de uma mudança no pagamento da categoria. Até este ano, os educadores que trabalhavam em áreas distantes ou vulneráveis recebiam uma gratificação de difícil acesso. A partir da reforma das carreiras públicas, aprovada no início de 2020, benefício mudou de nome e passou a ter regras mais rígidas.

O agora chamado de adicional de local de exercício leva em consideração itens como distância entre a escola e a sede da prefeitura; trafegabilidade da via de acesso; condições de transporte; e nível socioeconômico da comunidade escolar. O valor máximo do adicional é o piso da categoria, sendo acrescido até R$ 630 para quem cumpre 20 horas e até R$ 1.260 para quem tem jornada de 40 horas.

Pandemia, crise e tempo exíguo

O CPERS argumenta que a readequação do difícil acesso fragiliza a categoria, já prejudicada na questão salarial, em meio à crise da disseminação de Covid-19. “Este tipo de movimento leva a crer que o governo aproveita da pandemia para impor um retrocesso ainda maior nas condições de trabalho”, escreveu o sindicato em ofício entregue à Secretaria da Educação.

A entidade ainda protesta que o governo solicitou o envio da documentação para efetivar o pagamento do adicional em tempo exíguo. Em alguns casos, o CPERS relata que o prazo dado foi de 24 horas. Entre as exigências da Seduc, estaria a disponibilização de uma declaração de empresas de ônibus, informando os horários das linhas que atendem determinada escola, a fim de verificar se é condizente com a jornada do professor.

A Secretaria Estadual da Educação foi contatada pela Rádio Guaíba por intermédio da assessoria de imprensa do órgão. Em nota, a Seduc informou que “está cumprindo os prazos determinados pela Lei Estadual nº 15.451/2020, normativa que foi aprovada no corrente ano”.