Polícia remete ao Judiciário três inquéritos sobre assédio envolvendo motorista de aplicativo

Dois deles envolvem pertubação da tranquilidade e o terceiro, difamação

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Imagem: Reprodução

A Polícia Civil remeteu ao Poder Judiciário três inquéritos referentes a um motorista de aplicativo envolvido em casos de assédio em Viamão, na região Metropolitana. Dois deles se referem a pertubação da tranquilidade. O terceiro é por difamação.

O primeiro, finalizado ainda em 28 de fevereiro, é relativo a uma situação de assédio gravada por uma adolescente, passageira do aplicativo Uber. Na ocasião, o condutor, André Lopes Machado, 43 anos, sugeriu que podia “namorar” com a adolescente e que não havia problema nisso, já que a menina era maior de 13 anos. Depois disso, a jovem registrou um segundo boletim de ocorrência contra o homem. Com isso, a Polícia o indiciou por difamação. Ao tentar justificar a situação, Machado alegou que a adolescente o provocou usando um ”short tipo Anitta”.

O último inquérito também é por pertubação da tranquilidade. Durante as investigações, uma professora de 37 anos procurou a Polícia e entregou prints de uma conversa com Machado pelo aplicativo Facebook. No diálogo, ele pede para se relacionar com a mulher, dizendo estar hipnotizado com a beleza dela. Ele ainda insiste, mesmo com a negativa da professora.

Segundo a delegada Jeiselaure Rocha de Souza, a Polícia Civil finalizou as investigações mas, se novas vítimas surgirem, o caso pode ser retomado.

Na tarde desta quarta, a empresa Uber emitiu nota sobre o caso, reiterando que baniu o motorista do aplicativo. Veja a íntegra:

A Uber considera inaceitável e repudia qualquer ato de violência contra mulheres. A empresa acredita na importância de combater, coibir e denunciar casos dessa natureza às autoridades competentes. A conta do motorista parceiro foi banida assim que a denúncia foi feita.

A empresa defende que as mulheres têm o direito de ir e vir da maneira que quiserem e têm o direito de fazer isso em um ambiente seguro. Todas as viagens com a plataforma são registradas por GPS. Isso permite que em caso de incidentes nossa equipe especializada possa dar o suporte necessário, sabendo quem foi o motorista parceiro e o usuário, seus históricos e qual o trajeto realizado.

Como parte do processo de cadastramento para utilizar o aplicativo da Uber, todos os motoristas passam por uma checagem de antecedentes criminais realizada por empresa especializada que, a partir dos documentos fornecidos pelo próprio motorista e com consentimento deste, consulta informações de diversos bancos de dados oficiais e públicos de todo o País em busca de apontamentos criminais, na forma da lei. A Uber também realiza rechecagens periódicas dos motoristas já aprovados pelo menos uma vez a cada 12 meses.

Desde 2018 a Uber tem um compromisso público para enfrentamento à violência contra a mulher no Brasil, materializado no investimento em projetos elaborados em parceria com entidades que são referência no assunto, que inclui campanhas contra o assédio e podcast para motoristas parceiros sobre violência contra a mulher, entre outras ações. Em novembro, a Uber anunciou um investimento de R$ 5 milhões para continuidade desse compromisso ao longo dos próximos anos.