Adolescente que gravou vídeo de assédio registra nova ocorrência contra motorista de Uber

Crime de difamação será investigado pela Polícia, após condutor dizer que a jovem usava um "short tipo Anitta"

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Imagem: Reprodução

A adolescente de 17 anos que gravou um diálogo de assédio de um motorista de aplicativo durante uma corrida, voltou à Delegacia da Mulher de Viamão e registrou nova ocorrência contra o homem. André Lopes Machado, 43 anos, em entrevista a jornalistas, nesta semana, disse que a jovem estaria chamando sua atenção com um “short tipo Anitta” e por conta disso, a adolescente registrou um B.O por difamação.

Conforme a delegada responsável pelo caso, Marina Dillenburg, o mototista será investigado pelos crimes de difamação e perturbação de tranquilidade. A Polícia solicitou também que a vítima entregasse o celular para que mensagens de outras mulheres que teriam sofrido assédio do mesmo motorista fossem analisadas. Entretanto, Marina explicou que por serem muitas, foi solicitado que a adolescente divulgue em suas redes sociais o contato da Delegacia para que as pessoas procurem diretamente a Polícia Civil.

Durante a entrevista, nessa terça-feira, o motorista disse ter percebido que a adolescente “ria e debochava” da situação, o que comprova que a intenção dela era gravar e publicar, em redes sociais, o que havia filmado. “Se vocês tiveram acesso ao vídeo que ela postou me denegrindo, ela está sorrindo, bem espalhada no banco, em posições que eu até nem gostaria de citar aqui”, afirmou.

Machado argumenta, ainda, que as roupas que ela vestia “chamaram a atenção”. A garota relata que, quando disse ao motorista que tinha idade para ser filha dele, o homem respondeu: “eu faria coisas que teu pai não faria. Pode ter certeza”.

No vídeo gravado pela adolescente, o condutor sugere que ambos podem “namorar” e que não há problema nisso, já que ela é maior de 13 anos. A garota tenta se esquivar, mas ele insiste.

Na segunda-feira, a Uber confirmou que baniu o motorista da plataforma. A empresa, por meio de nota, afirmou que considera a conduta inaceitável e defendeu a importância de “combater, coibir e denunciar casos dessa natureza às autoridades competentes”.