Flávio Bolsonaro nega apelo para manter ex-número 2 da Casa Civil no governo

Duas vezes exonerado durante a semana, Vicente Santini é próximo dos filhos do presidente

Foto: Roque de Sá / Agência Senado

O senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) reagiu ao vaivém do ex-número 2 da Casa Civil, Vicente Santini. Em uma publicação na internet, o parlamentar negou que o ex-secretário da Pasta, comandada pelo ministro Onyx Lorenzoni, tenha sido readmitido no governo, ontem, após um apelo dos filhos do presidente. Nesta quinta-feira, Jair Bolsonaro avisou que vai tornar sem efeito a admissão de Vicente Santini em um novo cargo. É a segunda exoneração dele na mesma semana.

De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, Bolsonaro havia cedido ao apelo do filho, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), e autorizado a recondução de Santini a outro cargo após a primeira demissão. Flávio também é próximo ao ex-número 2 da Casa Civil.

Em uma publicação no Instagram, o senador negou que o pedido para manter o secretário no governo tenha partido dele e do irmão. “As tais ‘fontes’ são usadas reiteradamente para dar suporte a intrigas, fofocas e, às vezes, crimes contra o governo”, escreveu Flávio Bolsonaro, após o último anúncio do pai.

Em 12 horas, a reação negativa nas redes sociais forçou o presidente a recuar da recontratação. Na terça, Santini havia sido demitido publicamente por ter utilizado um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para ir a Davos, na Europa, e a Nova Délhi, na Ásia.

O presidente Bolsonaro demonstrou indignação com a atitude de Santini e insistiu em mantê-lo afastado do governo antes de voltar atrás, ontem. Na terça, ele disse que o “voo particular” de Santini era “inadmissível”, e que o que havia sido feito não é “ilegal”, mas “completamente imoral”. “Ministros antigos foram de avião comercial, classe econômica”, disse Bolsonaro, no mesmo dia.

O Estadão apurou que, além de Eduardo Bolsonaro, Santini contou ainda com o apoio do assessor especial para assuntos internacionais, Filipe Martins, para ganhar um segundo cargo na Casa Civil.

Na primeira função, como secretário executivo, Santini recebia R$ 17.327,6. Na nova – cuja admissão vai ser agora revogada, segundo o presidente -, o salário era de R$ 16.944,90.