Saúde: trabalhadores do Imesf suspendem greve até quinta que vem

Próxima assembleia pode votar paralisação por tempo indeterminado se negociações em torno de demissão em massa não avançarem

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Foto: Divulgação/Sindisaúde-RS

Em assembleia na tarde desta sexta-feira, trabalhadores ligados ao Instituto de Estratégia de Saúde da Família (Imesf) decidiram suspender o movimento grevista em Porto Alegre, que paralisou unidades por três dias, entre quarta-feira e hoje. A categoria pleiteia uma solução para a demissão em massa de 1,8 mil pessoas ligadas à fundação, que deve ser extinta pela Prefeitura.

A assembleia, que reuniu quatro sindicatos, também deliberou que, se o debate com o prefeito Nelson Marchezan Jr. não progredir, os trabalhadores vão discutir que a greve seja retomada, a partir de 27 de outubro, por tempo indeterminado. Na próxima quinta, a categoria volta a se reunir em assembleia unificada.

O presidente do Sindisaúde-RS, Julio Jesien, confirmou ainda que, na terça, a entidade promove uma ação de doação para bancos de sangue da cidade. Na mesma data, às 11h, os servidores fazem ato em frente à Prefeitura enquanto Marchezan se reúne com deputados estaduais para debater o assunto.

Entenda

Com mais de 1,8 mil trabalhadores, o Imesf existe, desde 2011, após a Câmara de Porto Alegre ter aprovado o projeto da Prefeitura, criando uma fundação pública de direito privado para gerir a estratégia de saúde da família. À época, o Conselho Municipal de Saúde alertou para a inconstitucionalidade da medida.

Oito anos depois, o Supremo Tribunal Federal endossou esse entendimento, ao julgar um processo que 11 representações sindicais moveram contra o formato do Instituto, que paga salários menores em relação aos de servidores públicos concursados da área da Saúde.

As entidades de classe entendem que, apesar da troca de governo, a Prefeitura de Porto Alegre não buscou soluções viáveis para a questão em tempo hábil.

Semanas atrás, o prefeito Nelson Marchezan Jr. anunciou a extinção do Instituto em função da decisão da ministra Rosa Weber, que tornou a lei de 2011 inconstitucional. A ideia da Prefeitura é firmar uma parceria com uma organização social que assuma, em caráter emergencial, a gestão de pessoal hoje a cargo do Imesf. De acordo com o Executivo, o plano é ampliar e qualificar o atendimento na atenção primária do município.