Defesa de Carús protocola nesta quarta pedido de licença na Câmara de Porto Alegre

Investigações levaram à prisão do parlamentar, na manhã desta terça

André Carús foi eleito presidente do MDB de Porto Alegre | Foto: Giulia Secco / CMPA / CP Memória

A defesa do vereador André Carús (MDB), preso na manhã de hoje, em Porto Alegre, protocola na manhã desta quarta-feira o pedido de licença do assento legislativo.

Responsável pela defesa do emedebista, o advogado Jader Marques informou, em nota, que a medida tomada pelo cliente busca afastar qualquer suspeita de que ele possa interferir nas investigações em andamento, além de reafirmar o compromisso de colaborar com o inquérito.

“A defesa acrescenta que o vereador mantém firme seu propósito de esclarecer integralmente os fatos, provando sua inocência”, completa o comunicado.

Mais cedo, o delegado responsável pela investigação do caso que envolve o parlamentar, Max Otto Ritter, admitiu a possibilidade de pedir ao Ministério Público o afastamento do emedebista se houver provas de que Carús coagia os funcionários a entregar dinheiro para ele ou para o mandato.

Investigações

As investigações começaram em agosto partir de denúncias formalizadas junto à Delegacia Especializada, dando conta de que servidores públicos municipais lotados em Gabinete do vereador vinham sendo supostamente obrigados a contrair empréstimos consignados junto a uma determinada instituição financeira. A finalidade alegada: pagar dívidas pessoais do vereador.

Por isso, estima-se que os valores tomados de empréstimos por servidores do gabinete superem a cifra de R$ 300 mil.

Depoimentos

Todos os funcionários do gabinete de Carús vão ser ouvidos após a deflagração da operação Argentários, na manhã desta terça. Agentes da instituição de crédito também prestarão depoimento. O parlamentar, juntamente com outros dois servidores de cargo em comissão foram presos temporariamente. Carús é acusado de extorsão.

Titular da 1ª Delegacia de Polícia de Combate à Corrupção (1ª DECOR) da Divisão Estadual de Combate à Corrupção, Ritter pretendia ouvir o vereador ainda nesta terça ou no início da quarta. “Dependendo do conteúdo do depoimento, ele será liberado ou iremos pedir a prorrogação da prisão temporária”, ressalta.

O advogado de Carús, de outro lado, considera que a prisão é absurda e arbitrária. “Considerando que o vereador tem mandato, endereço fixo, essa prisão é completamente desnecessária e toma as vezes de uma condução coercitiva”, ressalta Jader Marques.

Além disso, Marques salienta que ainda tenta acessar o material da investigação. “Somente após conhecer o que é investigado, mostraremos o absurdo atentado à imagem do vereador e à sua liberdade”.

MDB da Capital

Com a deflagração da investigação e prisão de Carús, o diretório municipal informou que o comando da sigla fica a cargo do deputado Tiago Simon. “O MDB de Porto Alegre lamenta e recebe com surpresa o episódio envolvendo o vereador André Carús”, cita a nota oficial.

E complementa que “o partido entende que os fatos devem ser apurados pelas instituições competentes e espera que a verdade apareça. Carús pediu afastamento do cargo de presidente do MDB da capital. O comando partidário fica com o 1º vice-presidente, deputado estadual Tiago Simon”.