Onyx nega traição a categorias da segurança na reforma da Previdência

Ministro falou de sua idade e citou o próprio vigor físico para fazer um comparativo com o pleito dos policiais

Onyx se manifestou ainda sobre os vazamentos envolvendo o ministro da Justiça, Sérgio Moro | Foto: Divulgação / CP

O ministro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, reagiu nesta sexta-feira às acusações de que o governo traiu as categorias da segurança nas negociações que tentavam embutir regras mais benéficas para os policiais na reforma da Previdência. Onyx também evitou responder se o governo pretende apresentar nova tentativa de emenda para beneficiar as categorias da segurança.

“Não há nenhuma traição. Vamos lá. O cidadão que fica virando massa em obra, se tiver tempo de contribuição, vai se aposentar com 60 anos e um salário mínimo. Se não tiver os 30 anos, vai ser com 65 anos de idade e um mínimo. A sociedade brasileira acha injusto um policial federal se aposentar com 55 anos de idade e com R$ 23 mil, R$ 24 mil ou R$ 28 mil? Essa é a pergunta.”

Na sequência, o ministro falou de sua idade e citou o próprio vigor físico para fazer um comparativo com o pleito dos policiais, que tentaram baixar, na Comissão Especial, a idade mínima de 55 anos  para a aposentadoria. “Sou um homem de bem mais de 60 anos, corro uma hora, duas ou três vezes por semana, atiro razoavelmente bem e brigo com qualquer um.”

Sobre a possibilidade de novas negociações que beneficiem as categorias da segurança na reforma, o ministro afirmou que a decisão foi tomada pelo Parlamento e que quem desejar modificações “vai ter que reunir 308 votos.”

Vazamentos

Onyx se manifestou ainda sobre os vazamentos envolvendo o ministro da Justiça, Sérgio Moro, desqualificando a série de informações já publicadas pelo site The Intercept Brasil, e pela Folha de São Paulo. “Não tenho nenhum grau de preocupação com esses vazamentos. Temos um grupo ligado à esquerda tentando criar fake news para libertar um ex-presidente que roubou o Brasil”.

Na sequência, o ministro afirmou que o governo está no seu sétimo mês “sem nenhum escândalo de corrupção.” Lembrado pelos jornalistas do caso do ministro do Turismo, Álvaro Antônio, rebateu. “Esse caso não tem nada a ver com o governo, tem a ver com a eleição. Quem quer derrubar o ministro é uma parte da imprensa brasileira, é um direito que ela tem”.

As declarações foram feitas em Porto Alegre, onde o ministro participa, como palestrante, de evento promovido pela Revista Voto, no British Club.