Celular de Deltan Dallagnol foi invadido em 10 de maio, dizem procuradores

Procurada, assessoria de imprensa da Lava Jato em Curitiba não negou e nem confirmou informação

Foto: José Cruz / Agência Brasil

Dois procuradores de Brasília informaram ao R7 Planalto que foram vítimas de uma tentativa de invasão dos celulares no dia 10 de maio. Na mesma data, segundo eles, o procurador Deltan Dallagnol teve o celular invadido e, possivelmente, clonado.

No caso dos procuradores de Brasília, que atuaram em desdobramentos da Lava Jato, a TI do Ministério Público Federal descartou que o hacker tenha tido acesso a conversas e a dados sigilosos, mas identificou que servidores dos gabinetes de procuradores também foram alvo das tentativas de invasão.

De acordo com os relatos, essas invasões ocorreram por meio de envio de código para verificação do WhatsApp. Três situações podem ter facilitado o acesso do hacker aos dados do telefone: ou a vítima acessou o código ou atendeu a uma ligação de um número internacional, ou do próprio telefone. Ao fazer isso, o hacker teve acesso imediato aos dados do aparelho.

No dia 5 de junho, o ministro Sérgio Moro foi vítima de uma tentativa de invasão ao telefone dele. Procurada, a assessoria de imprensa da Lava Jato em Curitiba não negou e nem confirmou a invasão de 10 de maio.

A força-tarefa, no entanto, confirmou, por meio de nota, que “pelo menos desde abril os procuradores da força-tarefa vêm sendo atacados, portanto, muito antes das notícias de ataques veiculadas na última semana. Assim que identificadas as tentativas de ataques contra seus celulares, os procuradores da Lava Jato comunicaram a notícia do crime à Polícia Federal e à PGR (Procuradoria-Geral da República) no objetivo de obter uma ação coordenada na apuração dos fatos”.

Em 14 de maio, a PGR informou que: “determinou a instauração de um procedimento administrativo para acompanhar a apuração de tentativas de ataques cibernéticos a membros do Ministério Público Federal, sobretudo procuradores que integram a Força-Tarefa Lava Jato. No âmbito da PGR, foram ainda determinadas providências à Secretaria de Tecnologia da Informação e Comunicação (Stic) no sentido de diagnosticar eventuais ataques e resolver o problema de forma definitiva. As investigações nos diversos âmbitos prosseguem”.