O próximo leilão de transmissão energética, previsto para 20 de dezembro e que deve contemplar a concessão do projeto de transmissão da Eletrosul que não chegou a ser concluído com a Shanghai Electric S/A, vai representar, se houver interessados, investimento de R$ 5,3 bilhões no Rio Grande do Sul. Além do chamado lote A, composto de quatro lotes (de 10 a 13), o leilão oferta também o lote 14. “Ao invés de estarmos falando dos R$ 4 bilhões originais, passa para investimento de R$ 5,3 bilhões em obras no Estado. Se desdobra, numa estimativa segundo a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), em cerca de 10 mil empregos diretos”, salientou a secretária estadual de Minas e Energia, Susana Kakuta, em entrevista à Rádio Guaíba.
A Aneel deve licitar, nesse novo leilão, cerca de sete mil quilômetros de linhas, em todo o Brasil, em 18 lotes e investimentos da ordem de R$ 14 bilhões. Segundo a Pasta, serão 759 quilômetros de novas linhas, impactando 60 municípios gaúchos. Susana Kakuta explicou que o lote é composto por um conjunto de redes de transmissão capazes de estruturar o estado em termos de capacidade de transmissão. As obras ainda vão compor um conjunto de subestações, algumas novas e outras que serão remodeladas e repotencializadas, conforme a secretária.
De acordo com ela, além de proporcionar aumento da autossuficiência energética, as linhas são essenciais para que os novos parques eólicos que estão em projeto possam ir a leilão. “Para que possam acessar os leilões, tem que ter conectividade. Essas linhas possibilitam que novos parques eólicos surjam e com isso geração de energia local”, disse.
Nesta terça-feira, a Aneel encaminhou recomendação para que o Ministério de Minas e Energia invalide, em função do excesso de prazo para o início das operações, o contrato de concessão de projetos de transmissão da Eletrosul no Rio Grande do Sul. A Aneel havia determinado prazo para a Eletrosul concluir a transferência de concessão para a empresa chinesa Shanghai Electric até sexta-feira passada. A Shangai, porém, informou não ter condições de aportar a tempo a garantia.
O contrato de transferência envolvia 17 linhas de transmissão e oito subestações a fim de qualificar o atendimento de carga na região Metropolitana de Porto Alegre. Ele também previa escoar a energia gerada pelos projetos termelétricos e eólicos da região. O novo lote prevê mais quatro novas linhas e duas subestações.