Municipários da Capital definem na próxima quinta sobre indicativo de greve

Diretor-presidente do Simpa disse que "deve ser deliberada forte ação contra o parcelamento"

Após a Prefeitura de Porto Alegre anunciar que deve parcelar os salários da folha de julho, o Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) garantiu que vota em assembleia no dia 26 um novo indicativo de greve. Conforme o diretor-geral do Simpa, Alberto Terres, o estado de greve segue mantido, mas uma nova paralisação efetiva vai ser discutida no encontro da próxima quinta-feira. Na ocasião, a categoria também deve discutir as pautas encaminhadas pelo Executivo à Câmara, e que serão retomadas após o recesso parlamentar.

Em julho, a categoria permaneceu cinco dias em greve, entre os dias 12 e 17, após confronto entre servidores e a polícia nas dependências da Câmara de Vereadores. O fato transcorreu durante as sessões extraordinárias chamadas para votar projetos que, conforme o sindicato, podem precarizar direitos dos servidores. Após algumas vitórias acerca do encaminhamento das pautas e das decisões dos vereadores até o começo do recesso, a categoria decidiu suspender a greve até a retomada dos trabalhos da Casa.

Terres afirmou que “deve ser deliberada forte ação contra o parcelamento” e contra “os projetos da Prefeitura que interferem no plano de carreira dos servidores. O representante do Simpa ainda disse que o prefeito Nelson Marchezan Jr “continua atacando o sindicato e a direção, e também ameaçando os servidores, sem comprovar na prática que a prefeitura está quebrada”. Por fim, Terres garantiu que o momento é de “indignação muito grande”, e que “os servidores nunca passaram por tantos ataques virulentos e perseguição, quase diários.”

A Prefeitura de Porto Alegre anunciou ontem que volta a parcelar o salário dos servidores públicos a partir de julho. De acordo com o secretário da Fazenda, Leonardo Busatto, o valor total da folha de pagamento é de R$ 140 milhões, dos quais faltarão cerca de R$ 40 milhões. “No dia 31 nós pagaremos cerca de R$ 5 mil para o colaborador, o que contempla cerca de 50% do nosso quadro”, disse ele.

A folha deve ser quitada até 10 de agosto. Ele também antecipou que, pelo segundo ano consecutivo, o 13° salário vai ser novamente fracionado. O cenário, para os próximos meses, causa preocupação. A tendência, conforme Busatto, é de novos parcelamentos e atrasos de salário.