Ocupação Mirabal teme despejo antes de acerto sobre futuro imóvel para abrigar mulheres na Capital

Na segunda-feira, Justiça determinou que o prédio, localizado na rua Duque de Caxias, seja desocupado

Imagem: Laura Gross/Rádio Guaíba

Coordenadoras da Ocupação Mulheres Mirabal concederam uma entrevista coletiva, na tarde desta quinta-feira, em Porto Alegre. Elas questionaram qual vai ser o destino das mulheres e crianças acolhidas no local, há quase dois anos, após a decisão do titular da 7ª Vara Cível de Porto Alegre, Oyama Assis Brasil de Moraes, de reintegrar a posse do imóvel. Conforme a coordenadora Victória Chaves, até o momento, não ocorreu nenhum acordo com o Estado e o Município para que um novo espaço seja oferecido.

Victória disse não entender por que um local que já abrigou mais de 70 mulheres e acolheu outras 200 ainda sofre resistência do Poder Público.

A coordenadora informou que o movimento ainda não recebeu a notificação oficial da reintegração de posse, mas admitiu que, após essa etapa, o despacho pode ocorrer a qualquer momento. De acordo com ela, o prédio oferecido ainda em junho à Mirabal, que pertenceu à Escola Benjamin Constant, na zona Norte da Capital, pode não ser destinado à Ocupação, já que o governo decidiu fazer um chamamento público ou edital para que outras entidades possam concorrer e se manifestar interessadas em executar o serviço no local.

Nesta sexta-feira, às 14h, uma nova reunião, com representantes do Estado e do Município, discute a possibilidade de que a Mirabal tente ficar no prédio do bairro São João.

Na segunda-feira passada, a Justiça determinou a reintegração de posse da residência onde fica ocupação, no Centro da Capital. A Inspetoria Salesiana São Pio X é a proprietária do imóvel, localizado na rua Duque de Caxias.

De acordo com o magistrado, venceu o prazo legal para que ele seja desocupado voluntariamente pelas habitantes, que passaram a usar o espaço em novembro de 2016.